O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou nesta terça-feira (29/9) que os avanços em matéria de proteção da infância correm perigo na Guatemala devido à corrupção e à falta de investimentos e vontade política.
"A maioria dos escassos avanços estão em perigo de estagnação ou, pior ainda, de retrocesso, devido à falta de investimento social para a infância, a pouca priorização política, a ineficiência do gasto público e a corrupção", lamentou a entidade em comunicado por ocasião do dia da criança no país, celebrado em 1 de outubro.
"A conquista social dos direitos humanos em geral e dos direitos da infância em particular, a vida, uma vida digna, saúde, nutrição, educação e proteção contra todo tipo de abuso, maus-tratos ou violência, estão hoje em perigo", garantiu na nota o representante da Unicef na Guatemala, o sueco Christian Skoog.
Skoog destacou que após a aprovação da Convenção sobre os Direitos da Criança em 1989, a Guatemala avançou na proteção dos menores, em especial na cobertura em educação primária e igualdade de gênero no ensino. Também na redução da mortalidade infantil, a cobertura da vacinação, combate à desnutrição, e uma série de políticas de proteção contra a violência, o abuso e a exploração.
Mas a Unicef considera que estes avanços "foram lentos em comparação a outros países da região, e insuficientes, porque não chegaram a todos nem a todas as partes, especialmente aos mais excluídos e vulneráveis".
Na Guatemala, 49% das crianças menores de cinco anos sofrem desnutrição crônica, um dos mais altos índices do mundo, segundo dados da própria ONU. Cerca de 54% dos 15,8 milhões de habitantes do país centro-americano são pobres.