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Procuradoria alemã inicia investigação contra ex-presidente da Volkswagen

A investigação ocorre paralelamente a uma outra, aberta pelo Governo alemão, que na semana passada criou uma comissão no âmbito do Ministério dos Transportes para investigar o caso

A procuradoria da cidade de Braunschweig (no centro da Alemanha) anunciou hoje (28/9) que iniciou diligências contra o ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn por crime de fraude, pela manipulação das emissões de gases poluentes.

"O objetivo das investigações é especialmente esclarecer as responsabilidades", assegurou, em um comunicado, o Departamento Central para Delitos Econômicos da Procuradoria de Braunschweig.

A investigação judicial foi aberta devido a várias denúncias contra o maior fabricante de veículos do mundo, indicou a procuradoria. Entre as denúncias, assegura o comunicado, encontra-se uma da própria Volkswagen, dirigida contra "desconhecidos".

A procuradoria de Braunschweig já havia indicado, na quarta-feira passada (23/9), que estudava iniciar diligências contra a Volkswagen, após a chegada das primeiras denúncias.

As denúncias, na maioria de cidadãos, foram apresentadas depois de terem sido divulgadas as investigações de autoridades norte-americanas, que revelaram a polêmica falsificação das medições de emissões de gases poluentes pela Volkswagen em milhões de veículos.



A investigação ocorre paralelamente a uma outra, aberta pelo Governo alemão, que na semana passada criou uma comissão no âmbito do Ministério dos Transportes para investigar o caso.

Winterkorn pediu demissão na quarta-feira passada (23/9), depois do grupo Volkswagen reconhecer que montou, em onze milhões de automóveis, um software que identifica quando o veículo está submetido a um teste para que então o motor emita menos gases poluentes e cumpra os limites legais.

Destes 11 milhões de veículos, cinco milhões são da marca Volkswagen e de outras marcas do grupo e cerca de 2,8 milhões foram vendidos na Alemanha.

O novo presidente do maior fabricante de automóveis do mundo, Matthias Müller, assegurou em carta enviada aos cerca de 600 mil empregados do grupo em todo o mundo que vai esclarecer completamente a questão da manipulação de emissões de gases poluentes.

O grupo também anunciou no sábado que prevê reparar, em breve e gratuitamente, a manipulação em todos os veículos atingidos, nos modelos a diesel comercializados ao longo de anos em vários países.