Caracas, Venezuela - Lilian Tintori, esposa do líder opositor venezuelano Leopoldo López, anunciou nesta quarta-feira que viajará a Nova York para denunciar o caso de seu marido - condenado a quase 14 anos de prisão - no marco da Assembleia Geral das Nações Unidas.
"Seguimos com compromissos internacionais, levando a voz da Venezuela para o mundo. Na semana que vem estaremos na Assembleia Geral da ONU", declarou Tintori em coletiva de imprensa, sem detalhar a agenda que cumprirá durante a cúpula.
Durante a reclusão de López, que começou em 18 de fevereiro de 2014 quando o político se entregou às autoridades, Tintori empreendeu viagens ao exterior em defesa de seu marido e de outros dissidentes presos.
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Líder da ala radical da oposição venezuelana, o dirigente foi condenado no último 10 de setembro a 13 anos e nove meses de prisão por crimes relacionados aos protestos contra o governo de Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014.
Na semana passa, Tintori visitou a Espanha, onde se reuniu com o chefe do governo espanhol Mariano Rajoy e com um grupo de senadores que em julho tentaram visitar López na cadeia sem sucesso.
No final de agosto, a esposa do político se reuniu em Washington com o secretário de Estado americano, John Kerry, que rejeitou a sentença, e em fevereiro passado participou de um encontro com o vice-presidente deste país, Joe Biden.
Juan Carlos Gutiérrez, advogado do político, informou nesta quarta-feira que a defesa está à espera da notificação da condenação por parte do tribunal para introduzir um recurso de apelação.
A condenação a López foi criticada por vários governos e líderes internacionais, que questionam a independência da justiça venezuelana.
Uma vez divulgada a condenação da juíza Susana Barreiros, o escritório do alto comissariado da ONU para os direitos humanos se pronunciou reiterando seu "pedido às autoridades venezuelanas de que assegurem o devido processo".
Tintori, que classificou a condenação de seu esposo de "linchamento político", completou que também participará de uma viagem da coalizão opositora Mesa de la Unidade (MUD) às vésperas das eleições legislativas de 6 de dezembro, que segundo pesquisas poderia dar a maioria à oposição pela primeira vez em 16 anos.