Berlim, Alemanha - O serviço de inteligência da Alemanha está preocupado com as tentativas de islamitas radicais de recrutar refugiados entre centenas de milhares de pessoas que chegam ao país. "Estamos muito preocupados que islamitas tentem, sob a aparência de ajuda humanitária, aproveitar a situação dos refugiados para fazer proselitismo e tentar recrutá-los", afirma um comunicado do Serviço de Inteligência Interno. "Estamos atentos, sobretudo, aos jovens refugiados não acompanhados que poderiam ser presas fáceis para os islamitas", completa a nota.
O serviço de inteligência não tem, no entanto, nenhuma informação comprovada que indique que grupos jihadistas utilizaram o grande fluxo de refugiados para infiltrar-se no território alemão. "O número de salafistas na Alemanha voltou a aumentar muito nos últimos três meses, passando de 7.500 a 7.900", segundo a inteligência alemã.
De acordo com o serviço, 740 pessoas deixaram a Alemanha para lutar ao lado de grupos jihadistas como o Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque. Quase 120 morreram nestes países. "Cerca de um terço retornou para Alemanha. Temos dados sobre mais de 70 pessoas que tiveram uma experiência combate", completa o comunicado.
A polícia de Berlim realizou várias operações nesta terça-feira (22/9) como parte de uma investigação sobre a existência de uma possível rede de recrutadores do EI em uma mesquita da capital alemã.