Jornal Correio Braziliense

Mundo

Santos e Maduro se encontram para discutir a crise Colômbia-Venezuela

Os dois se reunirão durante a tarde no Palácio de Carandolet - sede presidencial equatoriana -, a convite dos governos do Equador e do Uruguai

Quito, Equador - Depois de um mês de distanciamento diplomático, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, se reúnem nesta segunda-feira (21/9), em Quito, para tentar frear a escalada de tensões na fronteira causada pelo fechamento imposto por Caracas. Os dois se reunirão durante a tarde no Palácio de Carandolet - sede presidencial equatoriana -, a convite dos governos do Equador e do Uruguai.

Os presidentes Rafael Correa e Tabaré Vázquez, que exercem as presidências da União de Nações Su-americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), respectivamente, acompanharão o encontro.



Rafael Correa agradeceu aos presidentes da Colômbia e da Venezuela por atender "sem condições" a convocação da Unasul e da Celac para o encontro em Quito para tratar a crise diplomática e fronteiriça que levou à deportação de cerca de 1.500 colombianos.

"Nossa gratidão porque, apesar de cada um ter suas legítimas aspirações, legítimas exigências (...) o presidente (Juan Manuel) Santos, o presidente (Nicolás) Maduro atenderam sem condições e com muita gentileza ao convite", disse Correa.

Correa disse ainda estar confiante de que depois da reunião "serão superados os problemas que surgiram na fronteira". A crise bilateral começou há um mês quando a Venezuela declarou estado de exceção e fechou pontos fronteiriços.

Caracas justificou os fechamentos como uma medida para combater o paramilitarismo colombiano e o contrabando na fronteira, depois de um ataque a militares venezuelanos que deixou três feridos. Desde então, foram deportados 1.532 colombianos e 18.377 retornaram a seu país com medo de serem expulsos, segundo o balanço mais recente da ONU.

O conflito bilateral escalou quando as duas chancelarias chamaram seus embaixadores para consultas e meio a acusações de direitos humanos dos afetados.

A Colômbia denunciou um "drama humanitário" na fronteira pela arbitrariedade com a qual os militares venezuelanos têm agido. A tensão aumentou depois das reclamações Bogotá pela entrada de tropas venezuelanas em seu território na noite de sexta-feira e uma violação de seu espaço aéreo na semana passada, que foi negada por Caracas.

Equador e Uruguai promovem há vários dias a aproximação entre Colômbia e Venezuela. As chanceleres da Colômbia, María Ángela Holguín, e da Venezuela, Delcy Rodríguez, se reuniram há uma semana em Quito.