O analista cubano Lenier Gonzalez, ouvido pela Agência Reuters, afirmou que as relações da Igreja Católica com o governo de Cuba, antes tensas, passaram a ser de negociação e proximidade. ;As áreas de cooperação aumentaram até o ponto em que a igreja e o papa francisco facilitaram a reaproximação dos governos de Cuba e dos Estados Unidos.;
[SAIBAMAIS] O papa Francisco teve papel decisivo na retomada das relações diplomáticas entre os dois países, inimigos da Guerra Fria, depois de meio século de afastamento. O líder da Igreja Católica escreveu um apelo pessoal aos presidentes Barack Obama e Raúl Castro e intermediou as negociações secretas para a reaproximação.
No anúncio da reabertura das embaixadas, no fim do ano passado, Obama e Raúl agradeceram ao papa por mediar o acordo histórico.
O caminho até a normalização das relações ainda tem pela frente a questão do embargo financeiro, econômico e comercial imposto à Cuba pelos Estados Unidos há 53 anos. Um oficial do Vaticano adiantou à Agência Reuters que, durante a viagem, o papa Francisco deve condenar a permanência do bloqueio.
Recentemente, o governo cubano atualizou o valor estimado de prejuízo causado pela medida. A cifra alcança US$ 833,7 bilhões. O fim do embargo depende da aprovação do congresso norte-americano.
Durante os quatro dias de visita, o papa também deve pedir mais liberdade e respeito aos direitos humanos na ilha. Depois de Cuba, o papa Francisco viaja aos Estados Unidos, onde será recebido na Casa Branca pelo presidente Barack Obama. Ele também fará uma visita ao congresso norte-americano e participará, em Nova York, da Assembleia Geral das Nações Unidas.