O presidente do regime de transição de Burkina Faso, Michel Kafando, que estava detido pelos militares que destituíram seu governo, foi libertado na quinta-feira (17/9) à noite, anunciaram os golpistas, que ainda mantêm em seu poder o primeiro-ministro. "Como sinal de apaziguamento e de interesse geral, o conselho nacional para a democracia decidiu libertar os ministros e Michel Kafando", afirma um comunicado.
Os dirigentes da transição em Burkina Faso estavam retidos desde quarta-feira à tarde, quando militares invadiram o conselho de ministros. Apenas o primeiro-ministro Isaac Zida não foi libertado e permanece em "detenção domiciliar", informou à imprensa o novo homem forte do país, o general Gilbert Diendéré, que assumiu oficialmente na quinta-feira a liderança dos golpistas. O tenente-coronel Zida é o ex-número dois do Regimento de Segurança Presidencial (RSP), a unidade de elite que executou o golpe de Estado.
Ele chegou ao poder no ano passado, após a queda do presidente Blaise Compaoré. A princípio considerado o homem do exército na transição, suas relações com o RSP rapidamente se deterioraram, a ponto de ter sua demissão exigida em vários momentos por oficiais superiores durante o ano, o que provocou distúrbios.
O general Dienderé comandava o RSP durante o regime de Blaise Compaoré, de quem era braço direito. A comunidade internacional, que condenou o golpe, exigiu a libertação dos dirigentes do processo de transição. A União Africana anunciou nesta sexta-feira a suspensão de Burkina Faso, bem como sanções contra os instigadores do golpe militar.