Frankfurt am Main, Alemanha - Cerca de 200 esqueletos de soldados do Grande Exército de Napoleão foram encontrados no canteiro de obras de um futuro complexo imobiliário de Frankfurt - anunciou a prefeitura da cidade alemã nesta quinta-feira (17/9).
"Estimamos que cerca de 200 pessoas foram enterradas aqui", explicou Olaf Cunitz, prefeito adjunto de Frankfurt, durante coletiva de imprensa no local, no bairro de R;delheim.
"Segundo nossas primeiras estimativas, tratam-se de soldados do Grande Exército mortos em 1813" quando faziam o caminho de volta após a sangrenta derrota de Napoleão durante a campanha na Rússia.
No caminho de volta para a França, Napoleão lutou em Hanau, uma cidade vizinha a Frankfurt, em meados de outubro de 1813, lembrou Cunitz. Os combates ocorreram na região, deixando cerca de 15.000 mortos.
Os túmulos foram descobertos graças às precauções arqueológicas feitas no canteiro de obras. Essas medidas foram adotadas pois outros soldados já tinham sido encontrados em 1979 no mesmo bairro.
Os soldados descobertos em Frankfurt provavelmente morreram em decorrência de ferimentos ou sucumbiram à epidemia de tifo que dizimou o Grande Exército na época, explicou o prefeito. Hipóteses que ainda serão verificadas cientificamente.
Mas já se tem certeza de que tratam-se de "túmulos erguidos às pressas", como fazem os militares, garantiu Andrea Hampel, diretora de inspeção dos monumentos históricos de Frankfurt.
Os soldados estão em caixões muito simples, mas que permitiram a boa conservação dos esqueletos. Eles estão alinhados em fila, um ao lado do outro, e não têm nenhum objeto funerário.
Além disso, foi observado que os esqueletos estão numa orientação Norte-Sul, detalhe curioso já que a Europa cristã tinha o hábito de enterrar seus mortos num eixo Leste-Oeste. Sinal de que os corpos foram enterrados na pressa, segundo Hampel.
Alguns botões de roupas encontrados nas tumbas permitiram garantir a datação ao redor de 1813.
Mais de trinta esqueletos já foram retirados do solo, e as buscas revelaram cerca de 200 tumbas, segundo o diretor do canteiro, Jürgen Langendorf. Os trabalhos ainda vão continuar por mais quatro a seis semanas.