Na manhã desta quinta-feira foram ouvidos disparos em Ugadugú, a capital do país, enquanto os militares da guarda presidencial formavam barricadas ao redor de Ouaga2000, o bairro onde se encontra o palácio presidencial. As ruas da capital estavam quase desertas, as lojas e escritórios administrativos fechados, enquanto o grande mercado da capital estava vazio.
A crise começou na tarde de quarta-feira, com a invasão no palácio presidencial, em pleno conselho de ministros, por militares do RSP, um corpo que conta com 1.300 efetivos do exército. Os militares tomaram como reféns o presidente interino, Michel Kafando, o primeiro-ministro, Isaac Zida, e vários membros do governo. Segundo fontes concordantes, os militares deixaram as mulheres que formam parte do governo sair.
O golpe provocou a condenação unânime da comunidade internacional e o Conselho de Segurança da ONU, a União Africana, a União Europeia e a Comunidade Econômica de Estados da África ocidental exigiram a libertação de Kafando e de seu gabinete. O presidente francês, François Hollande, condenou, por sua vez, um golpe de Estado e exigiu a restauração das instituições.