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Grupo extremista Boko Haram matou 400 civis no Camarões desde 2004

A denúncia foi feita pela Anistia Internacional

O grupo islamita nigeriano Boko Haram "massacrou cerca de 400 civis no norte de Camarões" desde 2014, causando uma "reação" das forças de segurança que mataram dezenas de civis, denunciou a Anistia Internacional em um relatório divulgado nesta quarta-feira (16/9).

[SAIBAMAIS]Neste relatório, apresentado durante uma coletiva de imprensa em Yaoundé, a Anistia Internacional evoca alguns dos assassinatos atribuídos aos islamitas nigerianos desde janeiro de 2014. "Em Amchidé (cidade que faz fronteira com a Nigéria), centenas ou mesmo milhares de combatentes do Boko Haram atacaram a aldeia em 15 de outubro de 2014, matando pelo menos 30 civis, incluindo alguns acusados %u200B%u200Bde colaborar com as autoridades do Estado", diz o documento.

Em 17 de abril de 2015, mais de 100 combatentes do Boko Haram atacaram a cidade de Bia (extremo norte), matando 16 civis, incluindo duas crianças. "Bairro após bairro, mataram pessoas e queimaram tudo (150 casas)", disse uma testemunha do ataque a Bia, citada pela Amnistia Internacional.

Segundo a ONG, "o Boko Haram mata, queima ou degola" suas vítimas durante seus ataques. "Em resposta, as forças de segurança atacaram aldeias, destruindo casas, matando civis e prendendo mais de 1.000 suspeitos, alguns dos quais com apenas 5 anos", denuncia a organização.



Segundo Anistia, "eventos graves, incluindo a morte de 25 pessoas sob custódia, não deram origem a qualquer investigação séria", e "ainda não há notícias de mais de 130 pessoas". "No combate ao Boko Haram não devemos violar os direitos de civis inocentes. Isso deve ser feito com cuidado e profissionalismo", disse à imprensa Alioune Tine, diretor para África Central e Ocidental da Anistia Internacional.

O extremo norte de Camarões é há dois anos alvo de ataques regulares do Boko Haram. Desde julho, mais de 100 pessoas foram mortas em nove atentados suicidas na região. O governo camaronês tem aumentado significativamente a sua presença militar na área, com o apoio de forças chadianas, sem ser capaz de parar os ataques dos islamitas nigerianos.