O presidente do México, Enrique Peña Nieto, vai se reunir em 24 de setembro com os pais dos 43 estudantes desaparecidos no sul do país há um ano e cujo destino ainda não se conhece, informou o governo mexicano neste sábado.
O encontro, que terá a participação de observadores da Corte Interamericana de Direitos Humanos, foi uma exigência de familiares e alunos da escola Normal Rural de Ayotzinapa - onde os desaparecidos estudavam - depois de ouvir os relatos dos peritos independentes sobre os acontecimentos em Iguala, em 26 e 27 de setembro de 2014.
Naquele dia, seis pessoas morreram e 43 desapareceram nas mãos da polícia local e do crime organizado.
O documento independente desmentiu a versão oficial sobre o destino dos desaparecidos, ao sugerir que não era possível que os corpos dos jovens tenham sido queimados em um lixão. O texto questiona também a atuação da polícia federal e do exército, além de denunciar a ocultação e a destruição de provas por parte dos investigadores.
Os pais dos desaparecidos acusam o governo de mentir e pedem que o presidente ordene que siga a procura pela ossada dos jovens. Eles exigem também que Peña Nieto se comprometa a cumprir todas as recomendações incluídas no informe independente, entre as quais investigar funcionários que tenham obstruído as investigações.
Ao conhecer o documento, Peña Nieto deu instruções para que os resultados e conclusões elaboradas pelos peritos sejam analisados e incorporados à investigação prévia aberta pela Procuradoria Geral da República. O governo, porém, mantém a versão de que os corpos foram incinerados.
Por outra parte, o governo informou no sábado a nomeação de Gustavo Salas Chávez como novo titular da Subprocuradoria Especializada em investigação de Crime Organizado, um departamento envolvido com o caso Iguala.
Arely Gómez, a procuradora-geral, pediu que Salas "ofereça um compromisso decidido para realizar investigações rigorosas e eficazes, com base nas leis e que combatam com rigor a impunidade"