O governo egípcio se demitiu neste sábado (12/9), em meio a um escândalo de corrupção, e o presidente Abdel Fatah al Sisi designou o ministro do Petróleo para liderar o próximo gabinete.
O primeiro-ministro egípcio Ibrahim Mahlab apresentou neste sábado a demissão de seu governo ao presidente Abdel Fatah al Sissi, que a aceitou, anunciou a presidência através de um comunicado, sem dar detalhes sobre as razões que motivaram a demissão.
Sisi encarregou Sherif Ismail, ministro do Petróleo do governo demissionário, de formar um novo gabinete no prazo de uma semana, segundo a presidência.
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O presidente egípcio elogiou os "esforços de seu primeiro-ministro e sua equipe durante este difícil período na história do país".
Mahlab, um cacique do partido do deposto presidente Hosni Mubarak, foi designado para o posto de primeiro-ministro no início de 2014.
Sua renúncia coincide com a divulgação de vários casos de corrupção e com a detenção, há menos de uma semana, do ministro da Agricultura.
Um alto funcionário egípcio, que pediu para permanecer em anonimato, afirmou que a mudança de gabinete procura "dar um novo impulso" ao governo, pouco depois de que um de seus ministros se viu envolvido em um escândalo de corrupção.
O ministro da Agricultura, Salah Helal, havia sido detido na segunda-feira no Cairo depois de o presidente o obrigar a se demitir, no marco da investigação de um caso de corrupção dentro de sua administração.
"Foi detido no marco de uma investigação de um importante caso de corrupção dentro de seu ministério", assegurou a agência de imprensa governamental MENA.
Neste caso de corrupção, funcionários do ministério haveriam recebido subornos por ajudar empresários a adquirirem de maneira ilegal terrenos pertencentes ao Estado.
Suspeita-se que o próprio Helal "pediu e recebeu" subornos que foram pagos pelo homem de negócios Ayman al Gamil, com o objetivo de "legalizar" a compra de terrenos estatais, segundo as autoridades.
Contudo, para o professor de Ciências Políticas da Universidade do Cairo, Kamel al Sayyed, o principal motivo da mudança do gabinete "é que o presidente estava insatisfeito com o trabalho de alguns ministros e considerava que o governo não havia alcançado os objetivos desejados".