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Presidente Cristina Kirchner denuncia ataques contra os Brics

Ela comentou em sua conta no Twitter um artigo do jornal Financial Times com o título "Emergentes: chegou o momento de reparar um modelo quebrado"

A presidente argentina Cristina Kirchner denunciou nesta terça-feira (8/9) um suposto complô contra os países emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que ela considera "vítimas" da atual crise financeira.

Ela comentou em sua conta no Twitter um artigo do jornal Financial Times publicado na segunda-feira com o título "Emergentes: chegou o momento de reparar um modelo quebrado", segundo o qual os países dos BRICS "ameaçam arrastar o mundo a uma nova recessão".

"Dizer que agora os emergentes ameaçam arrastar o mundo a uma nova recessão é simplesmente FALSO", escreveu a presidente argentina. "O mundo foi arrastado à crise de 2008 pela especulação financeira, e nunca se recuperou. O que tem a ver com os Brics? Exceto o papel de vítimas, não cabe nenhuma outra qualificação". "Vão atrás dos Brics. Isto não é a economia: é a geopolítica, estúpido", destacou Kirchner na nota compartilhada na rede social.


"Entendes por quê insistimos tanto com o que acontece no mundo e que aqui os meios hegemônicos e seus porta-vozes econômicos te ocultam prolixamente e deliberadamente...?", completou, depois de citar quatro parágrafos do artigo que, segundo presidente argentina, "merecem o Guinnes da falta de vergonha".

Entre os trechos do artigo criticados, Kirchner destacou um que afirma que os países emergentes deverão repensar suas estratégias porque "a China se tornou dependente dos investimentos das exportações que diminuem; o Brasil se apoiou em demasia no consumo interno e agora não pode sustentá-lo; a Rússia precisa do petróleo que desaba; a Índia não pode superar sua burocracia".

Kirchner, que deixará a presidência após as eleições de 25 de outubro, é uma fervorosa defensora dos Brics e de seu banco de desenvolvimento, como um sistema alternativo às instituições internacionais dominadas pelos Estados Unidos.