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Menino abandonado de dois anos foi amamentado por cadela no Chile

O menor foi transferido para o Hospital de Arica, onde se constatou que não se encontrava em condições de desnutrição, embora com vários sinais de abandono

Santiago, Chile - De madrugada, descalço e tomando leite de uma cadela. Um menino de dois anos abandonado por sua mãe peruana foi encontrado nestas condições pela polícia em uma oficina de carros no norte do Chile.

"Esta é uma notícia que nos dá muita vergonha", disse a jornalistas nesta quinta-feira a diretora do Serviço Nacional de Menores (Sename), Marcela Labraña, ao confirmar a informação publicada por meios locais da cidade de Arica (a cerca de 2.000 km ao norte de Santiago).

O menino foi encontrado na madrugada de quarta-feira dentro de uma oficina mecânica após uma denúncia de vizinhos.

Neste lugar a mãe - de nacionalidade peruana - vivia junto a criança há um mês. Quando a polícia os encontrou, o menino estava sendo amamentado por uma cadela e sua mãe estava embriagada no mesmo lugar.

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"Era um menino que não estava apenas sujo; era um menino que estava sendo alimentado por uma cadela e acredito que esta é uma situação que ninguém deveria estar vivendo", declarou Labraña.

"Não sabemos a ciência certa se isto (ser amamentado por uma cadela) lhe salvou ou não a vida", completou.

O menor - identificado como Adrián - foi transferido para o Hospital de Arica, onde se constatou que não se encontrava em condições de desnutrição, embora com vários sinais de abandono. No hospital foi visitado por seu pai, que mostrou sua intenção de ficar com sua guarda.

Depois de estabilizá-lo, será transferido para uma residência de cuidado de menores, enquanto que a mãe deverá enfrentar a justiça já que o Sename apresentará contra ela uma denúncia por "abandono de menores".

Após responder a denúncia, provavelmente a mãe perderá a guarda do menino e corre o risco de ser condenada a cinco anos de prisão.

"Hoje nos surpreendemos quando à margem de uma praia da Europa vimos um menino emigrante flutuando morto, mas aqui no Chile em plena luz do dia está ocorrendo uma situação completamente inaceitável", concluiu a diretora do Sename.