Bogotá, Colômbia - A Colômbia, que fracassou em sua tentativa de convocar uma reunião de chanceleres da OEA para tratar da crise com a Venezuela, convidou nesta quarta-feira diplomatas de cerca de 20 países para testemunhar a situação humanitária na fronteira comum, epicentro da tensão.
Em Cúcuta, 600 km a nordeste de Bogotá e para onde se dirigem a maioria dos colombianos expulsos nos últimos dias da Venezuela, o presidente Juan Manuel Santos realiza uma reunião do gabinete aberta a convidados especiais, como embaixadores e representantes de organismos internacionais.
"Isto não é invenção de ninguém, isto é uma realidade que o mundo deve conhecer", disse Santos ao abrir a reunião, transmitida ao vivo pela TV.
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A reunião foi convocada para que o corpo diplomático possa "constatar não apenas a tragédia humanitária que estamos presenciando, mas também o trabalho que o governo nacional está fazendo".
O secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, já anunciou que visitará a cidade de Cúcuta, no próximo sábado.
Jorge Otálora, titular da Defensoria do Povo, apresentou a situação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) nesta quarta-feira, em Washington.
"Usaremos todos os canais para denunciar uma situação tão dramática como esta", afirmou Santos em Cúcuta, ao anunciar que seu governo apelará às Nações Unidas.
Na próxima semana, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se reunirá com a chanceler colombiana, María Angela Holguín.
A crise bilateral teve início em 19 de agosto, quando Caracas ordenou o fechamento de vários pontos de passagem, após um ataque de desconhecidos a militares venezuelanos que realizavam uma operação anti-contrabando.
Maduro justificou o fechamento como parte de uma ofensiva contra paramilitares colombianos financiados pelo contrabando fronteiriço e que pretendem, segundo o presidente, desestabilizar seu governo.
Desde então, cerca de 1.100 colombianos foram deportados, enquanto outros 10.000 cruzaram a fronteira por medo de serem expulsos, separados de suas famílias e perder seus pertences, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
A crise se agravou depois de ambos países chamarem para consultas seus embaixadores em 27 de agosto.