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Rússia adia investigação da ONU sobre armas químicas na Síria

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França acusam o Exército sírio de ter realizado ataques com armas químicas, entre eles vários com gás de cloro

Nova York, Estados Unidos - A Rússia disse nesta quarta-feira (2/9) que ainda está considerando os detalhes sobre como montar uma equipe da ONU para analisar os recentes ataques com armas químicas na Síria, atrasando uma decisão do Conselho de Segurança de iniciar a investigação.

No mês passado a Rússia - aliada chave do regime do presidente Bashar al-Assad - se uniu aos outros 14 membros do Conselho para aprovar a resolução que criou um "mecanismo conjunto de investigação" entre a ONU e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, propôs na semana passada as modalidades concretas desta missão, que seria confiada a três especialistas, e espera a autorização do Conselho para designá-los.

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A data limite era terça-feira, mas a Rússia, que acaba de assumir a presidência do Conselho em setembro, não respondeu.

"Seguimos trabalhando nisso", disse a jornalistas o embaixador russo ante a ONU, Vitaly Churkin. "É um tema muito técnico e queremos estar absolutamente seguros".

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França acusam o Exército sírio de ter realizado ataques com armas químicas, entre eles vários com gás de cloro. A Rússia considera, por sua vez, que não há provas contra seu aliado, a quem sempre tentou proteger no seio do Conselho.

Os investigadores terão que determinar as responsabilidades dos ataques, o que pode levar posteriormente o Conselho a adotar sanções. Mas para isso seria de qualquer forma necessária uma nova resolução que a Rússia poderia bloquear utilizando seu direito a veto.