Em meio ao histórico degelo entre Estados Unidos e Cuba, o ensino do inglês passará a ser uma das prioridades no sistema educacional na ilha, informou nesta segunda-feira (31/8) a imprensa cubana.
"Como prioridades na educação, foram mantidos o ensino da História de Cuba e da língua materna (espanhol), assim como o domínio do idioma inglês", afirmou o jornal estatal Granma, em matéria sobre o começo do no escolar, na próxima terça-feira (01/9).
Nos anos 70, o ensino do inglês foi substituído pelo russo, idioma do principal aliado de Cuba desde a revolução de Fidel Castro em 1959: a União Soviética.
Com a desintegração do bloco soviético em 1991, o inglês voltou aos programas de ensino, mas a atual aproximação entre Washington e Havana desencadeou um grande interesse dos cubanos por aprender a língua.
"O idioma inglês é imprescindível porque a cada dia que passa teremos mais contato (com os Estados Unidos e outros países). Além disso, vocês sabem, com a tecnologia é preciso falar inglês. Se falarem dois ou três idiomas melhor, mas o inglês é imprescindível", declarou o número dois do Partido Comunista cubano (único), José Ramón Machado Ventura, ao fim de um congresso de estudantes universitários no último sábado.
Fidel Castro reconheceu em 2008, dois anos depois de delegar o mandato a seu irmão Raúl, a importância de falar o idioma do inimigo: "Os russos estudavam inglês. Todo mundo estudava inglês, menos nós, que estudávamos russo", lamentou. Apesar das tensões com os Estados Unidos, os cubanos incorporaram muitas palavras do inglês a sua língua coloquial.