Bangcoc, Tailândia - A polícia tailandesa anunciou nesta segunda-feira (31/8) que está procurando dois novos suspeitos, uma mulher com hijab e um homem ainda não identificado, de participação no atentado executado em Bangcoc há duas semanas, que não foi reivindicado por nenhum grupo até o momento. O atentado contra um santuário hinduísta muito frequentado, no centro da capital tailandesa, deixou 20 mortos e mais de 120 feridos, muitos deles turistas chineses, no dia 17 de agosto.
[SAIBAMAIS]A suspeita foi identificada como Wanna Suansan, de 26 anos, anunciou o porta-voz da polícia, Prawut Thavornsiri. Ele divulgou fotos de uma mulher com hijab preto e do segundo suspeito, um homem moreno com bigode. Os dois moravam no apartamento em que foram encontrados artefatos explosivos no domingo. O porta-voz da polícia confirmou que o homem é um "estrangeiro", mas sem informar a nacionalidade.
Este é mais um avanço na investigação após a detenção no sábado de um estrangeiro que viajava com um passaporte turco, provavelmente falso. As autoridades não revelaram o papel que este homem teve no ataque. A polícia ainda tenta esclarecer se este homem, que tinha traços de TNT no corpo, foi o que colocou a bomba no templo de Bangcoc ou se ele participou na elaboração da mesma.
O coronel Winthai Suvaree, porta-voz da junta militar que governa o país desde maio de 2014, advertiu que as autoridades "não descartam nenhuma hipótese". As autoridades já fizeram muitas declarações contraditórias sobre os possíveis autores do atentado, o mais violento na história da Tailândia. "Temos que deixar que os investigadores identifiquem com certeza o motivo do ataque", disse o porta-voz da junta.
Até o momento foram citadas hipóteses muito distintas, incluindo um grupo de traficantes de passaportes falsos, "terrorismo internacional", opositores da junta militar e, inclusive, uma vingança da minoria muçulmana uigur após a expulsão para a China de uma centena de pessoas desta comunidade decretada pelas autoridades tailandesas.
Em uma operação no domingo no apartamento da mulher tailandesa identificada como suspeita foram encontrados materiais que podem ser usados na fabricação de bombas. "Encontramos sacos de fertilizantes, relógios e sistemas de rádio, entre outros materiais para a fabricação de bombas", afirmou o porta-voz da Polícia Nacional, Prawut Thavornsiri.
A operação aconteceu em um prédio do bairro Minburi de Bangcoc, uma área de população muçulmana onde o suspeito estrangeiro foi detido no sábado. Este homem está sendo interrogado e, segundo a legislação tailandesa, pode permanecer até sete dias em detenção militar. Até o momento sua identidade não foi confirmada.
As autoridades consideram que ele teve envolvimento no atentado. O suspeito tinha mais de 200 passaportes falsos quando foi detido, segundo a polícia da Tailândia, um país conhecido por ser um centro de todo tipo de tráfico, inclusive o de passaportes falsos.