Museus e parques arqueológicos da Itália hastearam nesta quinta-feira (20/8) a bandeira a meio mastro para homenagear o famoso arqueólogo sírio Khaled al-Assaad, diretor por 40 anos do parque arqueológico de Palmyra, decapitado pelo Estado Islâmico.
A decisão foi tomada pelo ministro da Cultura, Dario Franceschini, seguindo a proposta do prefeito de Turim, Piero Fassino, indignado com a execução de um dos principais especialistas em arqueologia do Oriente Médio, chefe de antiguidades de Palmyra de 1963 a 2003.
Assaad, de 82 anos, foi executado pelos jihadistas na terça-feira (18/8) à tarde na famosa cidade antiga, na província de Homs (centro). Seu corpo foi pendurado em um poste e sua cabeça abandonada no chão.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, propôs que a assembleia organizada por seu partido, o Partido Democrático (esquerda) durante o verão, chamada de "Festa da Unidade", seja dedicada ao arqueólogo. "Não devemos ceder à barbárie", escreveu Renzi em um tuíte. A Unesco, França e os Estados Unidos denunciaram o assassinato "brutal" cometido por "bárbaros".
No cartaz colocado sobre o corpo de Al Asaad, os jihadistas o acusam de ser um partidário do regime sírio, por tê-lo representado em conferências no exterior junto com "infiéis" e de ser o diretor dos "ídolos" de Palmira. Os jihadistas tomaram a antiga cidade de Palmira, Patrimônio Mundial da Unesco por suas famosas ruínas, em 21 de maio.
A versão extremista do Islã promovido pelo EI proíbe visitas a esses sítios arqueológicos ou históricos, e considera as estátuas de figuras humanas e animais como idolatria.
Segundo a ONU, mais de 300 locais históricos sírios foram danificados, destruídos ou saqueados desde o início do conflito em 2011.