Há 26 anos, o aiatolá Ali Khomeini lançou uma fatwa (decreto islâmico) exigindo a morte do escritor britânico-indiano Salman Rushdie, por ofensas ao profeta Maomé em seu livro Versos satânicos. Rushdie acompanha 10 personalidades na lista de jurados de morte pela rede terrorista Al-Qaeda ; as fotos delas foram publicadas pela Inspire, uma revista de recrutamento da organização de Bin Laden. É como se os jihadistas tivessem a licença para matar cada um dos inimigos do islã.
Nesse "corredor da morte", estão, entre outros, o pastor norte-americano Terry Jones, que queimou exemplares do Corão (livro sagrado do islã); o jornalista dinamarquês Carsten Juste, ex-editor-chefe do jornal Jyllands-Posten, onde publicaram-se charges do profeta Maomé; o cartunista Kurt Westergaard, do mesmo veículo; o político holandês Geert Wilders, defensor da retórica anti-islâmica; e a ativista somali Ayyan Arsi Ali, opositora à prática da mutilação genital feminina. Também citado pela Al-Qaeda, o jornalista e caricaturista francês Stéphane Charbonnie, o Charb, foi executado no atentado à revista satírica Charlie Hebdo.
Em maio passado, a ativista norte-americana Pamela Geller ; entusiasta dos concursos de charges sobre Maomé ; foi ;condenada à morte; pelo Estado Islâmico.
O Correio entrevistou Wilders e Geller e procurou saber como ambos enfrentam a ameaça. Além de criticarem o profeta Maomé e o islã, ambos mantiveram uma postura desafiadora. Primeira mulher a fazer uma tradução crítica do Corão, a especialista norte-americana Lelah Bakhtiar garante à reportagem que os radicais islâmicos não seguem os ensinamentos corânicos. ;Eles agem politicamente, não espiritual ou religiosamente. O Corão ensina o amor ao próximo. Ensina a aceitar pessoas de outras religiões;, explica. ;Os radicais islâmicos apregoam o medo, seguem o movimento saudita wahhabi, que não aceita o espírito da lei e é muito literalista.;
Por sua vez, John Voll, professor de história islâmica do Centro Príncipe Alwaleed bin Talal para o Entendimento Cristão-Muçulmano (Universidade de Georgetown), ressalta que os esforços da comunidade internacional têm que ser no sentido de ajudar os muçulmanos a não responderem violentamente em sua oposição aos extremistas;, observa.
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