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Exploração de combustíveis fósseis ameaça oceanos, afirma pesquisa alemã

A água dos oceanos, que absorve dióxido de carbono a um nível sem precedentes, está ficando mais ácida que nos últimos 300 milhões de anos

Cientistas alemães concluíram que é urgente acabar com o consumo de combustíveis fósseis para salvar os oceanos do acúmulo de dióxido de carbono (CO2). Caso contrário, ;uma catástrofe de extinção em massa poderá acontecer", afirmou a pesquisadora Sabine Mathesius, do Centro de Pesquisa Oceânica Helmholtz, da cidade de Kiel, na Alemanha. ;A remoção de dióxido de carbono da atmosfera de forma artificial, como vem sendo proposto, não salvará os oceanos se prosseguirmos com os hábitos atuais de mineração e perfuração para obter carvão, petróleo e gás;, disse Sabine.

A água dos oceanos, que absorve dióxido de carbono a um nível sem precedentes, está ficando mais ácida que nos últimos 300 milhões de anos, o que poderá precipitar a extinção em massa de espécies marinhas, alertou a pesquisadora. Como as medidas de redução artificial de dióxido de carbono ;nunca antes foram testadas na sua eficácia;, os investigadores desenvolveram um software, considerando um cenário até 2150.



;A remoção de CO2 permitiria potencialmente à atmosfera voltar aos níveis de concentração de gases de efeito estufa da era pré-industrial, mas não salvaria os oceanos;, afirmaram os cientistas. Segundo eles, mesmo retirando enormes quantidades de CO2 da atmosfera, não ajudaria muito o oceano profundo. "Não há qualquer justificativa para continuar adiando a redução das emissões de CO2;, afirmou a cientista, que também é investigadora do Instituto de Pesquisa para Impactos Climáticos.

As emissões de gases de efeito estufa, provenientes da ação humana, são absorvidas em cerca de 25% pelos oceanos, o que ;causa o rápido aquecimento dos mares e também a acidificação dos oceanos a uma velocidade sem precedentes.; Essas alterações interferem no metabolismo de vários grupos de organismos como corais, esponjas, moluscos com conchas, crustáceos e entre outros.

Para a pesquisadora alemã, o transporte dos nutrientes [fitoplâncton, a base da cadeia alimentar marinha] das profundezas para a superfície fica bastante impossibilitada. Acrescentou que, a longo prazo, ;isso ameaçará as formas de vida marinhas de muitas espécies, pondo em risco a biodiversidade e as intricadas cadeias alimentares;.

Há 65 milhões de anos "a acidificação dos oceanos foi um dos principais motores de extinções marinhas", explicou Sabine Mathesius. Por isso, segundo ele, é possível que ocorra um "episódio de extinção em massa".