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Governo da Grécia admite que eleição antecipada é 'provável'

O parlamentar Panagiotis Lafazanis, um dissidente do Syriza, pediu que colegas se unissem a ele para votar contra o pacote de medidas de austeridade do governo

O governo da Grécia admitiu nesta terça-feira que as dissidências dentro do partido governista Syriza devem levar à realização de eleições antecipadas. A porta-voz do governo, Olga Gerovasili, disse que os líderes não formarão um governo de união nacional e qualificou como "provável" a realização de eleições antecipadas.

O governo está confiando na oposição no Parlamento para aprovar novas medidas de austeridade exigidas pelos credores, após uma revolta de quase um quarto dos próprios parlamentares governistas. "Uma solução será encontrada, já que o país precisa de um governo forte", afirmou a porta-voz em entrevista à emissora privada Skai.



Em meio à incerteza, o principal índice da Bolsa de Atenas caía 2% na tarde desta terça-feira (hora local), com ações de bancos novamente atingindo o limite diário de desvalorização, de 30%. Na segunda-feira, a Bolsa de Atenas reabriu após cinco semanas, caindo 16,2%.

A perspectiva política parece complexa na Grécia. O parlamentar Panagiotis Lafazanis, um dissidente do Syriza, pediu que colegas se unissem a ele para votar contra o pacote de medidas de austeridade do governo. "Eu pessoalmente não votarei por um novo pacote que continuará a destruir o país e a prejudicar seu povo" afirmou Lafazanis à rádio Real FM. "Os parlamentares do Syriza precisam lutar até o último minuto para impedir que o governo assine um terceiro acordo."

O ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, realiza reuniões nesta terça-feira com os negociadores de Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Gerovasili disse que o governo permanece comprometido com a conclusão das conversas até por volta de 18 de agosto e que o trabalho por um esboço de acordo começa nesta semana. Em 20 de agosto, a Grécia precisa realizar um pagamento de mais de 3 bilhões de euros ao BCE. Fonte: Associated Press.