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Washington vai acelerar venda de armas aos países do Golfo

Um diplomata americano comemorou o fato de o chefe da diplomacia saudita, Adel al-Jubeir, ter "expressado publicamente a satisfação do governo saudita ante um bom acordo"

Doha, Catar - Os Estados Unidos vão acelerar suas vendas de armas aos países árabes do Golfo, assegurou nesta segunda-feira o secretário de Estado americano John Kerry em Doha, ante a preocupação das monarquias sunitas em relação às ambições regionais do Irã e o acordo nuclear.

"Nós chegamos a um acordo para acelerar algumas vendas de armas que são necessárias e que demoraram muito no passado", declarou Kerry durante coletiva de imprensa no Catar, depois de uma reunião com seus colegas dos países membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).

Kerry se empenhou em oferecer a seus colegas do Golfo garantias sobre as consequências para a região do acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Kerry, em viagem pelo Oriente Médio, já visitou o Egito no domingo e, nesta segunda, participou na capital do Catar de uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos países membros do CCG, composto pela Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Omã, Kuwait e Catar.

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"Chegamos a um acordo para iniciar formações muito particulares (...) para trocar e compartilhar informações", prosseguiu o chefe da diplomacia americana.

Ele também evocou as discussões em curso entre os Estados Unidos e seus aliados do Golfo, iniciadas em Camp David em maio, "sobre a maneira de integrar os sistemas regionais de defesa de mísseis balísticos", bem como "o aumento do número de exercícios (militares) que fazemos em conjunto".

"São alguns exemplos da maneira como pensamos que a segurança da região pode se reforçada e a cooperação melhorada", afirmou Kerry ao lado do ministro das Relações Exteriores do Catar, Khaled al-Attiya.

Este último, assegurou que o acordo sobre o programa nuclear iraniano era "a melhor opção entre outras".

As monarquias do Golfo desconfiam das ambições regionais de Teerã e acolheram com prudência o histórico acordo concluído em 4 de julho em Viena entre o Irã e as grandes potências do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Alemanha).

Com uma duração de dez anos, o compromisso deve garantir que Teerã não desenvolverá a bomba atômica, em troca de um levantamento gradual e reversível das sanções internacionais contra o Irã.

Bom acordo

Um diplomata americano comemorou o fato de o chefe da diplomacia saudita, Adel al-Jubeir, ter "expressado publicamente a satisfação do governo saudita ante um bom acordo".

Mas o mesmo Adel al-Jubeir denunciou na semana passada as "declarações agressivas" das autoridades iranianas, depois que Teerã acusou o Bahrein, aliado de Riad, de exacerbar as tensões fazendo acusações infundadas contra Teerã.

Domingo, no Cairo, John Kerry voltou a afirmar que o acordo com o Irã irá aumentar a segurança dos países árabes.

"Não há absolutamente nenhuma dúvida, se o acordo de Viena for totalmente implementado, o Egito e todos os países desta região estarão smais seguros (...) do que nunca", afirmou.

Ele também voltou a acusar "o Irã (de) estar envolvido em atividades de desestabilização na região". "É por isso que é tão importante se certificar de que o programa nuclear iraniano continua a ser totalmente pacífico", ressaltou.

Enquanto isso, em um comunicado televisionado, o presidente iraniano Hassan Rohani disse que o acordo nuclear criaria um "novo ambiente" para resolver conflitos armados regionais como no Iêmen e na Síria.

A Arábia Saudita lidera uma coalizão árabe que conduz no Iêmen desde o final de março ataques aéreos contra os rebeldes huthis, da minoria zaidi - um ramo do xiismo - para evitar que esta rebelião tomasse o país.

Na Síria, o Irã é o principal aliado regional do regime do presidente Bashar al-Assad, combatido por uma coalizão de oposição apoiada pela Arábia Saudita.

John Kerry também participa nesta segunda à noite em Doha de uma reunião tripartida com os seus colegas russo e saudita, Sergei Lavrov e Adel al-Jubeir, para falar, basicamente, sobre o conflito sírio.