O homem acusado de matar o leão Cecil, uma das grandes atrações de uma reserva natural do Zimbábue, é caçador de nacionalidade americana, Walter Palmer, denunciou uma ONG de proteção dos animais, nesta terça-feira (28/7). Walter Parmer teria pagado 50 mil dólares para uma empresa de organização de safáris para matar o leão, indicou a ONG Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF).
Um caçador profissional, dono da empresa Bushman Safari, Theo Bronkhorst, é suspeito de ter colaborado com Palmer. Segundo a versão da ZCTF, Palmer e Bronkhorst organizaram uma caçada noturna e prenderam um animal morto em seu veículo para atrair Cecil para fora do parque nacional.
"Palmer lançou uma flecha contra Cecil, mas isso não o matou. Eles o localizaram 40 horas mais tarde e o mataram com uma arma de fogo", acrescenta a organização. Depois de matá-lo, os caçadores descobriram que o leão tinha um colar de identificação e rastreamento que tentaram tirar. O animal foi decapitado e despedaçado, segundo a imprensa local.
Cecil, um leão de 13 anos, era a estrela do parque nacional de Hwange por sua vasta cabeleira negra. A polícia também busca o filho do caçador profissional, Zane Bronkhorst, suspeito de ter participado nos fatos. A família Bronkhorst dirige desde 1992 a "Bushman Safaris", uma empresa especializada na caça de leopardos.
Após ter sido acusado pela ONG ZCTF, a participação de almer foi confirmada pela Associação de Operadores do Safari no País (SOAZ) nesta terça-feira, em Harare. De acordo com nossas informações, parece que ele já cometeu crimes similares em outros lugares", disse Emmanuel Fundira, presidente da associação.
"Muitas pessoas vêm de longe para admirar nossos animais selvagens e é óbvio que a ausência de Cecil é um desastre", lamentou Fundira, acrescentando que o leão era "praticamente domesticado".
Nem o parque Hwange nem a polícia confirmaram se o americano Walter James Palmer, dentista em Minnesota (norte dos Estados Unidos) ainda estava no Zimbábue nesta terça, nem se ele será acusado, enquanto dois cúmplices deverão prestar depoimento na quarta-feira.
Em um comunicado divulgado na terça à noite Palmer reagiu pela primeira vez: "Lamento profundamente que o exercício de uma atividade que eu amo e pratico de forma responsável e dentro da lei foi traduzido pela morte deste leão (...) cujo status de celebridade local eu desconhecia".
Palmer, que supostamente admitiu ter matado em 2008 um urso preto nos estado norte-americano de Wisconsin, disse que "confiava na perícia de guias locais profissionais, a fim de praticar a caça dentro de um quadro legal".
No Zimbábue, a caça é permitida apenas em reservas privadas e seguindo certas cotas, mas não em parques nacionais como Hwange, que recebeu 50.000 visitantes, incluindo 23 mil estrangeiros, no ano passado.