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Exército sírio e curdos expulsam jihadistas do EI da cidade de Hassake

A guerra na Síria, que começou em 2011 com manifestações pacíficas contra o regime reprimidas duramente pelas autoridades, se converteu em um conflito complexo entre o exército, os rebeldes, os jihadistas e os curdos

Beirute, Líbano - O exército sírio e as forças curdas, aliados de circunstância em razão de um inimigo comum, expulsaram nesta terça-feira (28/7) o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) da cidade de Hassake (nordeste), depois de mais de um mês de combates.

Após vitórias esmagadoras desde 2013, o EI perdeu nos últimos meses para as forças curdas várias localidades do norte e leste sírio, o que impediu os jihadistas de estender seu "califado" proclamado nas cidades sob seu controle no Iraque e na Síria.

Responsável por inúmeras atrocidades, o grupo extremista sunita tomou vastas regiões na Síria, incluindo a capital provincial de Raqa, a "capital de seu califado", e a quase totalidade de Deir Ezzor.

Após 33 dias de combates, o EI, que lançou sua ofensiva em 25 de junho, "foi expulso pelo exército de Zuhur, o último bairro onde estava presente em Hasake, e seus combatentes precisaram retroceder aos arredores da cidade", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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A organização extremista perdeu 287 combatentes nesta batalha, tanto em combates contra o exército e os curdos quanto nos bombardeios da coalizão antijihadista liderada por Washington nos arredores da cidade, segundo o OSDH.

Entre eles figuram 26 "crianças-soldados" recrutadas pelo EI, de acordo com o Observatório, com sede no Reino Unido e que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria.

"O EI depende cada vez mais de crianças para as operações suicidas e cerca de 10% dos jihadistas mortos em Hassake são crianças", afirmou Abdel Rahmane.

O exército de Bashar al-Assad perdeu 120 soldados e membros das forças pró-regime, e as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) dezenas de combatentes, segundo a ONG.

A agência oficial síria Sana confirmou que o exército "

No dia 25 de junho, o EI lançou uma ofensiva surpresa contra a cidade, parte da qual é controlada pelo regime e o resto pelos curdos. Em alguns dias, se apoderou de vários bairros no sul utilizando 21 carros-bomba e diversos suicidas. Uma vitória teria permitido a ele estender seu território no leste da província.

O EI atacou a parte controlada pelo regime e as forças curdas se uniram às pró-governamentais para defender a cidade.

A guerra na Síria, que começou em 2011 com manifestações pacíficas contra o regime reprimidas duramente pelas autoridades, se converteu em um conflito complexo entre o exército, os rebeldes, os jihadistas e os curdos.

Desde o início do conflito, as forças curdas adotaram uma posição de "neutralidade" em relação ao regime e aos rebeldes. Em várias localidades, o exército abandonou suas posições que foram tomadas em seguida por milícias curdas.

Segundo a ONU, os combates em Hassake forçaram 120.000 pessoas a deixar suas casas.

Uma vitória do EI permitiria seu avanço no leste da Síria. Mas, desde o início de 2015, o grupo não conseguiu nenhuma vitória expressiva, com exceção de Palmira.

Esta série de derrotas se explica principalmente pela perda da cidade fronteiriça de Tall Abyad, onde transitavam homens e armas de ou para a Turquia.

Neste contexto, o responsável pelas operações humanitárias da ONU, Stephen O;Brien, expressou sua esperança de obter um melhor acesso humanitário à população síria em uma visita a Damasco.

"Espero que minha visita no próximo mês crie a oportunidade de dialogar de maneira construtiva com o governo para resolver alguns sérios problemas de acesso que afetam nossas operação, declarou, lembrando que a guerra no país já fez mais de 220.000 mortos.