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O ex-comandante de um dos piores centros penitenciários da Romênia na era comunista, Alexandru Visinescu, foi condenado nesta sexta-feira a 20 anos de prisão, no primeiro julgamento deste tipo no país, 25 anos depois da queda do regime totalitário.
[SAIBAMAIS]Visinescu, de 89 anos, julgado desde setembro por crimes contra a humanidade, era acusado de ter submetido a um regime de extermínio os detidos políticos da prisão de Ramnicu Sarat (leste). O ex-funcionário, que não estava presente no tribunal no momento em que o veredicto foi pronunciado, não irá à prisão imediatamente, já que dispõe de 10 dias para recorrer da sentença.
Visinescu não quis fazer comentário ao ser contactado por telefone pela France Presse, já sua advogada, Valentina Bornea, disse que ele recorrerá muito provavelmente a decisão e não quis fazer mais comentários. A procuradoria havia pedido 25 anos de prisão.
"Embora seja tardia, esta condenação representa uma vitória moral para as vítimas de Visinescu", celebrou Anca Cernea, filha e neta de presos de Ramnicu Sarat, e constituída em parte civil. Ao menos 14 detidos políticos morreram durante seu mandato, entre 1956 e 1964, neste "inferno do silêncio", onde cada preso ficava sozinho em uma cela e não tinha o direito de falar com ninguém.
A acusação compilou uma longa lista de sofrimentos e humilhações às quais os detidos eram submetidos, opositores ao regime comunista, incluindo isolamento, frio, porções insuficientes de comida ou espancamentos e terríveis punições pela mínima falta disciplinar. Visinescu se justificou dizendo que só havia "obedecido as ordens" de seus superiores e respeitado as leis em vigor.