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Diretora da ONU renuncia após acusação de estupro contra boinas azuis

As acusações recaem, principalmente, sobre 14 soldados franceses. Eles já estão sob investigação pela Justiça de seu país

Nova York - A comissária adjunta de Direitos Humanos da ONU, a italiana Flavia Pansieri, renunciou ao cargo, alegando motivos de saúde, em meio ao escândalo de abuso sexual cometido por "boinas azuis" franceses contra menores na República Centro-Africana - anunciou a organização nesta quarta-feira. "Ela renunciou e evocou razões de saúde para explicar essa renúncia", disse a porta-voz da ONU Vannina Maestracci.



Ao longo de três décadas, Pansieri ocupou vários cargos na ONU até ser nomeada, há três anos, como número dois do alto comissário de Direitos Humanos, Zeid Ra;ad al-Hussein.

Em meados de 2014, ela foi informada das acusações de estupros de menores de idade na República Centro-Africana, feita por Anders Kompass, um diplomata sueco que trabalhava para o alto comissariado.

Por iniciativa própria, Kompass enviou às autoridades francesas um relatório da ONU sobre os estupros. Ele foi punido por não ter respeitado os procedimentos em vigor. O assunto acabou sendo revelado pelo jornal britânico "The Guardian".

As acusações recaem, principalmente, sobre 14 soldados franceses. Eles já estão sob investigação pela Justiça de seu país. Com idades entre 8 e 13 anos, as vítimas também foram violentadas por soldados do Chade e pela Guiné Equatorial.