Miami, Estados Unidos - A recente explosão do Falcon 9 da SpaceX ocorreu porque uma falha em um pequeno suporte fez com que um balão de hélio explodisse dentro do tanque de oxigênio líquido do foguete - informou nesta segunda-feira (20/7) o presidente da empresa aeroespacial privada, Elon Musk.
"Um dos pilares quebrou durante o voo", disse Musk em uma coletiva de imprensa por telefone para explicar o surto em 28 de junho, quando partiria para uma missão de rotina para levar suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS).
"Em seguida, o balão de hélio deve ter disparado até a parte superior do tanque em velocidade máxima", justificou Musk.
No entanto, alertou, esta é uma conclusão preliminar de uma investigação que ainda vai levar semanas para a empresa sediada na Califórnia, no oeste dos Estados Unidos.
O acidente significou para a Nasa uma perda de 110 milhões de dólares em equipamentos que tinham destino os astronautas que estão em órbita, segundo um porta-voz da agência espacial norte-americana ao Congresso no início deste mês.
Os suportes em questão têm 60 centímetros de cumprimento e 2,5 cm de largura e foram vendidos por um fornecedor à SpaceX.
"Não usaremos mais estes suportes no futuro", afirmou Musk.
O empresário também garantiu que a companhia pretende começar a examinar de maneira individual cada suporte antes dos próximos lançamentos.
Musk garantiu que a SpaceX não voltará a voar com o foguete Falcon 9 pelo menos até setembro.
Ele também disse que esse problema não vai atrasar a meta da empresa de enviar astronautas ao espaço a bordo de sua cápsula Dragon no prazo de dois anos.
Musk, o bilionário fundador do Paypal, que também está no comando da revolucionária fabricante de carros elétricos Tesla, disse que a SpaceX tinha, até o acidente, um recorde de sete anos de segurança em seus voos.
Admitiu que a SpaceX pode ter se tornado "um pouco complacente" e que o surto oferece uma "lição importante" para o futuro.
A explosão ocorreu dois minutos depois que o foguete decolou de Cabo Canaveral, na Flórida (sudeste).
Embora tenha sido o primeiro na história da SpaceX, o acidente foi o terceiro de uma série de desastres nas viagens de mercadoria rumo à ISS nos últimos oito meses.
Em outubro, o foguete Antares, da empresa americana Orbital, explodiu após seu lançamento na Virgínia (nordeste), e em abril a Rússia perdeu o contato com sua nave de carga Progress logo após a decolagem.