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Prefeitos se reúnem no Vaticano contra prostituição e mudança climática

Para o papa Francisco, esses fenômenos afetam todo o planeta, o que torna urgente combatê-los de forma conjunta, com o firme apoio e o envolvimento das autoridades locais

Cidade do Vaticano, Santa Sé - Pelo menos 65 prefeitos do mundo inteiro, incluindo autoridades das principais cidades da América Latina, como Rio de Janeiro, São Paulo e México, vão-se reunir nestas terça e quarta-feiras no Vaticano para tratar da luta contra a mudança climática e do tráfico de pessoas.

No encontro, os prefeitos vão discutir formas de lutar contra essas duas tragédias, claramente condenadas pelo papa Francisco na encíclica "Laudato si;".

Estarão presentes os prefeitos de Paris, Nova York, Boston, São Francisco, Roma, Milão, Nápoles, Oslo, Estocolmo, Teerã, Argel, Abidjan, Acra, Libreville, Lubumbashi (República Democrática do Congo) e Johannesburgo, entre outros.

Também participam os representantes de cidades menores, como Salvador e Belo Horizonte e as argentinas Villa María e Rosario.

Organizada pela Academia de Ciências Sociais da Santa Sé e dirigida pelo bispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, a reunião termina na quarta-feira, com um discurso do papa e uma declaração conjunta.

No fórum "Escravidão moderna e mudança climática", os prefeitos vão trocar experiências e identificar as melhores práticas para reduzir as emissões de anidrido carbônico e eliminar a prostituição e o tráfico de seres humanos. Ambos são considerados pelo sumo pontífice formas modernas de escravidão.

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Para o papa Francisco, esses fenômenos afetam todo o planeta, o que torna urgente combatê-los de forma conjunta, com o firme apoio e o envolvimento das autoridades locais.

Segundo o programa, o fórum será aberto por relatos de duas sobreviventes dessas formas de escravidão. Depois, os prefeitos apresentarão os programas de suas cidades e as experiências nessa questão.

A luta contra as "novas" formas de escravidão já foi tema de uma reunião mundial de chefes de Polícia em abril de 2014 no Vaticano e de um encontro de líderes religiosos mundiais em 2 de dezembro passado. O objetivo é erradicá-las até 2020.

Os chefes de polícia das principais cidades do mundo estimularam o Vaticano a convidar os respectivos prefeitos para ampliar o envolvimento dos governos locais nesse combate.

Para isso, o Vaticano contou com a colaboração da ONU. Em setembro próximo, o papa Francisco visitará a sede da organização, em Nova York, em uma escala durante sua viagem aos Estados Unidos.

Segundo o Vaticano, a escravidão em todas suas formas afeta 30 milhões de pessoas no mundo, e o lucro da criminalidade provém, sobretudo, da prostituição.