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Autor de tiroteio em Tennesse, nos EUA, era depressivo, diz família

O jovem nascido no Kuwait, graduado em engenharia pela Universidade do Tennessee em 2012 e fã de esportes de combate, vivia em um subúrbio tranquilo

Washington - As motivações do autor do tiroteio em Chattanooga, Tennesse (sul dos Estados Unidos), ainda não estavam claras neste domingo, mas os investigadores descobriram uma mensagem perturbadora: sua família informou que o jovem de 24 anos, que matou cinco pessoas, sofria de depressão.

Mohammad Youssuf Abdulazeez matou na quinta-feira quatro marines e um quinto militar, antes de ser morto a tiros pela polícia em Chattanooga, uma cidade de cerca de 165.000 habitantes.



O jovem nascido no Kuwait, graduado em engenharia pela Universidade do Tennessee em 2012 e fã de esportes de combate, vivia em um subúrbio tranquilo.

As autoridades, que não excluem um possível ato de "terrorismo doméstico", tentam compreender melhor a sua personalidade e investigam com especial interesse uma viagem à Jordânia deste jovem que aparentemente não representava nenhum risco.

Após esta viagem, alguns amigos do rapaz afirmaram que seu comportamento teria mudado, mas que ele não mostrava sinais evidentes de radicalização, segundo o jornal The New York Times. O FBI está em contato com as autoridades jordanianas para descobrir mais detalhes sobre seus movimentos durante esta viagem.

Os investigadores também analisam os dados de seus computadores, celular e contas nas redes sociais para saber se esteve em contato com organizações extremistas durante sua estadia no país ou se visitou países vizinhos como a Síria.

De acordo com o jornal, os investigadores têm dado especial atenção a uma mensagem que poderia ter sido enviada pelo atirador a um amigo, poucas horas antes dos assassinatos. O texto incluía um verso islâmico dizendo: "Qualquer um que seja hostil para com um dos meus amigos, eu declaro guerra contra ele". O amigo que recebeu esta mensagem já foi interrogado.

O criminoso tinha um blog no qual escreveu que "a vida é curta e amarga" e que os muçulmanos "não devem perder a oportunidade de se submeter a Alá", mas que não continha outros elementos dos quais fosse possível deduzir uma eventual radicalização, nem ameaças específicas.

Crime horrível

Sábado, a família de Mohammad Youssuf Abdulazeez afirmou que o jovem sofria de depressão "há muitos anos".

"Entristece-nos saber que a sua dor se refletiu neste ato abominável de violência", escreveu a família em um comunicado citado por um repórter da rádio NPR.

"A pessoa que cometeu esse crime horrível não era o filho que conhecíamos e amávamos", disse ela, apresentando as suas condolências às famílias das vítimas e assegurando que continuará a cooperar com a justiça.

"No momento, não há nenhuma indicação de que sua ação foi motivada ou comandada por outra pessoa", indicou Ed Reinhold, o agente do FBI encarregado da investigação.

Apesar de Mohammad Youssuf Abdulazeez não ter sido notado pelas autoridades, seu pai, Youssuf S. Abdulazeez, nascido na Palestina, foi por muito tempo monitorado após doar dinheiro a associações ligadas ao Hamas, grupo que os Estados Unidos considera terrorista, segundo o jornal Washington Post.

Seu pai também parecia ter um histórico de violência e sua mãe pediu o divórcio em 2009, antes de desistir, queixando-se de agressões regulares do marido.

Quinta-feira, Youssuf Abdulazeez começou a disparar em um centro de recrutamento dos marines em Chattanooga a partir de um carro, e depois atacou, 40 minutos mais tarde, um centro de reservistas da Marinha e dos Fuzileiros Navais, a dez quilômetros do primeiro ponto.

No centro de reservistas, disparou "longas rajadas". As imagens das televisões locais mostraram muitas marcas de balas nas paredes das instalações. Foi neste local que morreram os quatro militares.