Viena, Áustria - O histórico acordo nuclear concluído na terça-feira (15/7) em Viena entre o Irã e as grandes potências ainda deve passar por várias etapas antes de ser implementado. Este acordo visa a assegurar o caráter unicamente pacífico do programa nuclear iraniano em troca de um levantamento das sanções internacionais, em vigor contra o país desde 2006. Veja o calendário provável das próximas etapas:
- Segunda-feira, 20 julho: os ministros das Relações Exteriores da União Europeia devem aprovar formalmente o acordo de Viena, uma formalidade.
- Semana 20 a 24 de julho: uma reunião do Conselho de Segurança da ONU é esperada na semana. O órgão deve adotar uma resolução confirmando o acordo e cancelando suas resoluções anteriores sobre esta questão. Mais uma vez, esta etapa é uma formalidade, uma vez que o acordo foi negociado diretamente pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.
- Setembro: o Congresso dos Estados Unidos deve dar o seu parecer sobre o acordo, uma fase potencialmente delicada. O presidente Barack Obama poderá vetar uma possível rejeição. Se essa rejeição for confirmada por uma maioria de dois terços, o acordo seria invalidado. Tal cenário é improvável. Mas um vai-e-vem é susceptível de prolongar o processo até o início de outubro.
[SAIBAMAIS]
- Enquanto isso, no Irã, o acordo deve ser submetido ao Conselho Supremo de Segurança Nacional (SNSC), um organismo que depende do guia Ali Khamenei e que conta com dois dos principais arquitetos do acordo, o presidente Hassan Rohani e o ministro das Relações Exteriores Mohammad Javad Zarif.
O texto deve ser aprovado pelo Parlamento. Seu presidente, Ali Larijani, disse que não iria se opor a um acordo apoiado por Khamenei. Nenhuma data foi anunciada para essas duas etapas, que devem, no entanto, ocorrer dentro de quatro meses, o mais tardar.
- Novembro: provável início da implementação do acordo por parte do Irã, de acordo com Zarif.
- Meados de dezembro: a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a agência nuclear da ONU, deverá elaborar um relatório sobre as atividades nucleares do Irã. Este relatório é crucial para o levantamento das sanções subsequentes.
- A partir de janeiro de 2016: início do levantamento gradual das sanções ao Irã.