A continuidade do processo de paz com as Farc depende da manutenção da trégua unilateral que esta guerrilha anunciou na semana passada e de acordos substanciais nas negociações em Cuba, disse nesta segunda-feira o representante do governo colombiano nestes diálogos.
Um dia após o presidente Juan Manuel Santos dar um prazo de quatro meses para decidir se seu governo seguirá dialogando com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, comunistas), o chefe da delegação oficial nestas negociações, Humberto de la Calle, revelou de que depende o prosseguimento dos diálogos.
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"O que tem que ocorrer é a manutenção do compromisso das Farc de seu cessar-fogo unilateral e que se mantenha de maneira clara, tangível, a não ocorrência de violações", declarou De La Calle em uma coletiva de imprensa.
A segunda condição imposta pelo funcionário é que, em quatro meses, as partes sejam "capazes de prever" se estão de acordo "no substancial" em relação ao quarto ponto da agenda da mesa de negociações, em discussão: que inclui verdade, justiça transnacional e reparação dos afetados pelo conflito.
De la Calle pediu avanços nas negociações sobre "o cessar-fogo e as hostilidades bilateral e definitivo, e na questão relacionada às garantias para a passagem à vida civil" dos futuros ex-combatentes.
O governo e a guerrilha começaram a discutir sobre estes temas em agosto do ano passado.
As negociações de Havana avançam sem um cessar-fogo bilateral em terra. No entanto, na semana passada as Farc, com 8.000 combatentes, anunciaram que a partir de 20 de julho iniciarão um cessar-fogo unilateral por um mês, no âmbito das negociações.