O massacre de Charleston ; em que um jovem branco assassinou nove pessoas em uma igreja da comunidade negra ; chocou a comunidade internacional, mas não foi suficiente para acabar com os crimes de ódio nos Estados Unidos. Em julho, oito igrejas de comunidades negras foram incendiadas (as autoridades confirmaram três incêndios propositais e os outros seguem sob investigação).
Um grupo de jovens muçulmanos que, a princípio, nada tem a ver com a situação, se mobilizou para arrecadar dinheiro de modo a reconstruir essas igrejas. Em seis dias, o crowdfunding deles bateu a marca dos U$ 35 mil.
;Nós acreditamos que os negros sempre estiveram vulneráveis neste país, frente ao governo e supremacistas;, afirma Faatima Knight, a idealizadora do projeto ; batizado nas redes de #RespondWithLove. A estudante de teologia de 23 anos se define como ;muçulmana e negra; e diz que os grupos estão interligados e ;não é possível contar a história de um nos Estados Unidos sem contar a história do outro;.
Faatimah lançou o projeto em 2 de julho no LaunchGood ; um site para crowdfunding muçulmano para projetos de benfeitoria ; e a proposta inicial era arrecadar U$ 20 mil até 18 de julho. No entanto, foi tamanho o sucesso que, em apenas quatro dias, eles conseguiram o montante e subiram a meta para U$ 50 mil. Além disso, o período veio a calhar perfeitamente: julho é o Ramadã, mês considerado sagrado para os muçulmanos.
Apesar de Faatimah ser a idealizadora do projeto e o nome que aparece na página de crowdfunding, ela conta com a ajuda de outros quatro jovens associados a ONGs de muçulmanos. As instituições entraram em contato com pastores e líderes de igrejas para entender as principais necessidades e coordenar a ajuda financeira.
;Estamos mais que contentes e honrados em ajudar a reconstuir um local onde o nome de Deus será lembrado;, celebra Faatimah. ;No Corão, Deus elogia os cristãos por serem pessoas humildes e de caráter;, completa. Em junho, após o massacre de Charleston, ela se juntou a colegas da comunidade muçulmana para arrecadar dinheiro e enviar flores para as famílias das vítimas.