A Tunísia recorreu ao estado de emergência e à construção de um muro por temer novos ataques após o último, que matou 38 turistas em 26 de junho, afirmou nesta quarta-feira (8/7)o primeiro-ministro, Habib Essid.
"Estamos travando uma guerra feroz contra o terrorismo para proteger vidas e propriedades, defender o regime republicano (...), o Estado civil e suas instituições", disse Essid no Parlamento.
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"Nós não declararíamos o estado de emergência se não estivéssemos convencidos de que nosso país enfrenta muitos planos terroristas, e que as gangues do terrorismo, do assassinato e outros crimes planejam novas operações qualitativas, cujo objetivo é matar o máximo de pessoas, atingindo o moral (da população) e paralisando o funcionamento da economia nacional", acrescentou.
O poder Executivo "assumiu as suas responsabilidades" ao declarar o estado de emergência, continuou ele.
"Mas independente dos sacrifícios, vamos vencer o terrorismo", assegurou, dizendo também que, apesar do estado de emergência, as liberdades "não serão afetada".
O estado de emergência foi declarado no sábado em todo o país por 30 dias, oito dias após o ataque sangrento na praia e em um hotel em Port El Kantaoui, que matou 38 turistas.
O assassino, um jovem tunisiano de 23 anos, foi treinado em armas em um acampamento jihadista na Líbia, de acordo com o Ministério do Interior.
Para reforçar as medidas de segurança na fronteira entre a Tunísia ea Líbia, Essid determinou na terça-feira a criação de um "muro de proteção" entre as duas passagens de fronteira de Ras Jedir e Dhiba.
Este projeto já havia sido anunciado pelo ministério da Defesa após o ataque ao Museu do Bardo, em 18 de março, que matou 22 pessoas.
"Um muro de proteção e valas serão construídos entre as duas passagens de fronteira de Ras Jedir e Dhiba, nos 186 quilômetros, em aplicação de uma medida prioritária tomada pelo ministério da Defesa", afirmou nesta quarta-feira à AFP um porta-voz do ministério, Belhssan Oueslati.
"Começamos a implementação deste projeto em 10 de abril, e ele será concluído no final de 2015", acrescentou.
A Tunísia, que enfrenta desde a revolução de 2011 uma ameaça jihadista crescente, fornece aos grupos extremistas o maior contingente estrangeiro, cerca de 3.000.