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Parlamentares afegãos rejeitam indicação de mulher à Suprema Corte

A nomeação de Anisa Rasouli para o principal tribunal do país foi a primeira deste tipo na história do Afeganistão

Cabul, Afeganistão - Os parlamentares afegãos rejeitaram nesta quarta-feira (8/7) a primeira candidata mulher para a Suprema Corte do país, um revés aos esforços do governo de promover mulheres para cargos de alto escalão. O presidente Ashraf Ghani havia nomeado Anisa Rasouli, diretora da Associação Afegã de Mulheres Juízes e juíza de um tribunal juvenil, para que se unisse à bancada de nove membros da Suprema Corte, uma ação que enfureceu alguns conservadores islâmicos.

[SAIBAMAIS]A nomeação de Rasouli para o principal tribunal do país foi a primeira deste tipo na história do Afeganistão mas precisava ser aprovada pelo Parlamento. "Infelizmente, Anisa Rasouli... não conseguiu obter o voto de confiança para se tornar uma integrante da Suprema Corte. Pedimos que o presidente apresente outro candidato", declarou Abdul Qadeer Zahir, vice-presidente do Parlamento, após a votação secreta.



Rasouli precisava de 97 votos de um total de 193 para vencer, mas conquistou apenas 88, com os deputados aprovando outro integrante masculino da Suprema Corte e o presidente do Banco Central. "O que aconteceu hoje foi um desastre, esperamos que o presidente apresente outra candidata mulher para compensar esta derrota", disse a deputada Shukria Barakzai.

A nomeação de Rasouli à mais alta corte do país fazia parte dos esforços do governo de unidade de Ghani de promover mais mulheres a cargos de alto escalão, desde que ele assumiu o cargo, em setembro passado. De acordo com a Constituição, os juízes da Suprema Corte têm um mandato de 10 anos.