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Dalai Lama faz 80 anos e é homenageado por músicos jovens e veteranos

O disco "The Art of Peace: Songs for Tibet II" possui remixes e novas versões de artistas renomados

Agência France-Presse
postado em 06/07/2015 11:35
O disco Nova York, Estados Unidos - O Dalai Lama desfrutou durante muitos anos de uma grande devoção dos músicos do Ocidente. Agora, quando completa 80 anos, artistas veteranos e jovens estrelas se unem em um álbum para divulgar sua mensagem. O disco "The Art of Peace: Songs for Tibet II", que é lançado por ocasião do aniversário do líder espiritual tibetano nesta segunda-feira, possui remixes e novas versões de artistas renomados como Peter Gabriel, Sting e Kate Bush.

Mas, em uma tentativa de atrair as novas gerações, o álbum também conta com a participação de jovens artistas, como a neozelandesa Lorde, de apenas 18 anos e que fez muito sucesso em 2013 com o single "Royals", e a banda islandesa de folk pop Of Monsters and Men. "O Dalai Lama está acostumado com pessoas que já simpatizam com suas ideias, Mas sentiu que precisava de um foco mais voltado para os jovens, que talvez não estejam tão familiarizados com sua mensagem", afirma Rupert Hine, cantor e produtor britânico que coordenou a seleção musical.

O disco também recebeu as colaborações do quarteto vocal Beyond, que tem a presença de Tina Turner, do músico e ativista irlandês Bob Geldof, do cantor e compositor americano Duncan Sheik, assim como do grupo Elbow.



Da política à celebração
Este é o segundo álbum da série "Songs for Tibet". O primeiro, de 2008, contou com as participações de artistas como Alanis Morissette, Garbage, Dave Matthews e Rush. O primeiro disco foi lançado durante um momento de grande tensão no Tibete, onde uma rebelião contra o rígido controle chinês foi registrada pouco antes dos Jogos Olímpicos de Pequim.

[SAIBAMAIS]Hine disse que o novo álbum tem como tema o longo compromisso do Dalai Lama, vencedor do Nobel da Paz, com a não violência e a compaixão.

O álbum anterior "era inerentemente político, pois estava vinculado com as Olimpíadas", disse Hine à AFP. "Fiquei muito feliz de ver (o disco) de outro lado da cerca, de algum modo, e que tenha se transformado em uma celebração por seu 80 anos", completou. O dinheiro arrecadado com a venda do álbum será destinados à Fundação da Arte da Paz, que tenta preservar a herança cultural tibetana.

Risco para os artistas na China
Com sua mensagem pacífica, meditativa e bom humor, o Dalai Lama ganhou uma grande quantidade de simpatizantes no Ocidente e entre as celebridades, como o ator Richard Gere e o falecido Adam Yauch, um dos integrantes do grupo pioneiro de hip hop Beastie Boys. Yaunch ajudou a organizar os yudó a organizar os ;Tibetan Freedom Concerts; em todo o mundo a partir de 1996. No domingo passado, o Dalai Lama compareceu a Glastonbury para estimular os espectadores do famoso festival de música a buscar a felicidade interior.

Mas à medida que aumenta a influência da China no mundo e a idade do Dalai Lama avança, Pequim busca isolar cada vez mais o líder budista, que teve que partir ao exílio na Índia em 1959.

Pequim acusa o Dalai Lama de buscar a independência do Tibete, mas o líder espiritual afirma que deseja apenas obter mais liberdades, mas como parte da China. A China criou uma lista de artistas abertamente contestadores, como a islandesa Bjork - que gritou "Tibete, Tibet" ao cantar a música "Declare Independence" em Xangai em 2008 - e proibiu o último álbum "Songs for Tibet".

Duncan Sheik, conhecido pelo hit de 1996 "Barely Breathing" e que fez sucesso recentemente como escritor de musicais, disse que apoiar o Dalai Lama representa muitos riscos para os artistas que tentam entrar no enorme mercado chinês. "Você não quer virar uma ;persona non grata; para um bilhão de pessoas, mas eu realmente não posso controlar isto", disse à AFP. "Que aconteça o que tiver que acontecer".

Budista praticante, Sheik colaborou no disco-homenagem com "Sometimes", uma canção de seu próximo álbum que explora as dimensões espirituais da vida cotidiana.

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