Jornal Correio Braziliense

Mundo

Dalai Lama faz 80 anos e é homenageado por músicos jovens e veteranos

O disco "The Art of Peace: Songs for Tibet II" possui remixes e novas versões de artistas renomados



Da política à celebração
Este é o segundo álbum da série "Songs for Tibet". O primeiro, de 2008, contou com as participações de artistas como Alanis Morissette, Garbage, Dave Matthews e Rush. O primeiro disco foi lançado durante um momento de grande tensão no Tibete, onde uma rebelião contra o rígido controle chinês foi registrada pouco antes dos Jogos Olímpicos de Pequim.

[SAIBAMAIS]Hine disse que o novo álbum tem como tema o longo compromisso do Dalai Lama, vencedor do Nobel da Paz, com a não violência e a compaixão.

O álbum anterior "era inerentemente político, pois estava vinculado com as Olimpíadas", disse Hine à AFP. "Fiquei muito feliz de ver (o disco) de outro lado da cerca, de algum modo, e que tenha se transformado em uma celebração por seu 80 anos", completou. O dinheiro arrecadado com a venda do álbum será destinados à Fundação da Arte da Paz, que tenta preservar a herança cultural tibetana.

Risco para os artistas na China
Com sua mensagem pacífica, meditativa e bom humor, o Dalai Lama ganhou uma grande quantidade de simpatizantes no Ocidente e entre as celebridades, como o ator Richard Gere e o falecido Adam Yauch, um dos integrantes do grupo pioneiro de hip hop Beastie Boys. Yaunch ajudou a organizar os yudó a organizar os ;Tibetan Freedom Concerts; em todo o mundo a partir de 1996. No domingo passado, o Dalai Lama compareceu a Glastonbury para estimular os espectadores do famoso festival de música a buscar a felicidade interior.

Mas à medida que aumenta a influência da China no mundo e a idade do Dalai Lama avança, Pequim busca isolar cada vez mais o líder budista, que teve que partir ao exílio na Índia em 1959.

Pequim acusa o Dalai Lama de buscar a independência do Tibete, mas o líder espiritual afirma que deseja apenas obter mais liberdades, mas como parte da China. A China criou uma lista de artistas abertamente contestadores, como a islandesa Bjork - que gritou "Tibete, Tibet" ao cantar a música "Declare Independence" em Xangai em 2008 - e proibiu o último álbum "Songs for Tibet".

Duncan Sheik, conhecido pelo hit de 1996 "Barely Breathing" e que fez sucesso recentemente como escritor de musicais, disse que apoiar o Dalai Lama representa muitos riscos para os artistas que tentam entrar no enorme mercado chinês. "Você não quer virar uma ;persona non grata; para um bilhão de pessoas, mas eu realmente não posso controlar isto", disse à AFP. "Que aconteça o que tiver que acontecer".

Budista praticante, Sheik colaborou no disco-homenagem com "Sometimes", uma canção de seu próximo álbum que explora as dimensões espirituais da vida cotidiana.