Beirute, Líbano - Os rebeldes sírios conseguiram tomar um estratégico centro militar em Aleppo (norte), uma das mudanças mais importantes na frente de batalha nos últimos dois anos nesta ex-capital econômica da Síria, informou neste sábado o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Uma coalizão de grupos rebeldes, Fatah Halab (Conquista de Aleppo), "tomou ontem à noite todo o centro de investigação científica, constituindo assim uma ameaça ao bairro de Halab al-Jadida e outras áreas do oeste de Aleppo nas mãos do regime", informou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
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Este centro de pesquisa, transformado em quartel pelo regime, é composto por vários edifícios e cobre uma grande área no oeste da cidade. O ataque contra o centro começou na sexta-feira à tarde.
Desde julho de 2012, a cidade de Aleppo está dividida entre bairros controlados pelos rebeldes, a leste, e as áreas controladas pelo regime, a oeste.
Um grupo da coalizão postou na internet um vídeo em que é possível ver dezenas de combatentes se deslocando no interior do centro, gritando "Allah Akbar" (Deus é grande). No pátio, aparece a bandeira "da revolução síria", com alguns edifícios completamente destruídos.
De acordo com o OSDH, na manhã deste sábado, a Força Aérea síria bombardeou intensamente o centro de pesquisa, forçando os combatentes a se reunir na parte oeste do edifício.
As forças do regime realizaram em vão uma série de ataques à noite para recuperar esse centro.
Enquanto isso, os combates se estenderam por toda a noite no perímetro do distrito de Zahra, onde está localizada a sede dos serviços de inteligência da força aérea, segundo o OSDH.
Uma ofensiva foi lançada na quinta-feira contra Zahra pelo grupo Ansar al-Sharia (Partidários da Sharia), uma nova coalizão de rebeldes cuja criação foi anunciada para "libertar Aleppo e seus arredores".
Esta coalizão reúne 13 organizações, incluindo a Frente Al-Nusra, o ramo sírio da Al-Qaeda, e o grupo islâmico Ahrar al-Sham.
Ela tinha conseguido tomar algumas posições, mas de acordo com o Observatório, as forças do regime recuperaram durante a noite, "após 40 ataques aéreos".