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ONU amplia por um ano missão de paz em Darfur, no Sudão

A região está em conflito desde 2003, quando rebeldes lançaram campanha contra o governo

Nova York, Estados Unidos - A Grã Bretanha e os Estados Unidos indicaram nesta segunda-feira ser muito cedo para os corpos da paz da ONU deixarem a conflituosa região de Darfur, no Sudão, razão pela qual o Conselho de Segurança ampliou sua missão por mais um ano.

As Nações Unidas discutem o pedido do Sudão pela saída estratégica dos 17.000 efetivos da Unamid, a missão que atua junto à União Africana em Darfur (oeste do Sudão).

Mas a resolução aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho deixa claro que o governo sudanês deve mostrar progressos na resolução do conflito em Darfur antes de decidir pela retirada completa da Unamid.

"Uma discussão para a saída da missão, nesta fase, é prematura", disse à imprensa o embaixador britânico, Matthew Rycroft.

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Tem havido um aumento da violência em Darfur desde que o exército sudanês intensificou sua ofensiva para expulsar os grupos rebeldes da região, causando pelo menos 78 mil deslocados, segundo a ONU.

A embaixadora americana Samantha Power considerou que, dado o "elevado nível de violência e o grande número de pessoas deslocadas, é mais necessário do que nunca a presença da Unamid".

A missão foi estendida até junho de 2016.

Darfur vive em conflito desde 2003, quando rebeldes lançaram uma campanha contra o governo do presidente Omar al Bashir, dominado por árabes.

Processado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, Bashir retornou recentemente de uma viagem à África do Sul, onde mais uma vez escapou de um mandado de detenção.

Abdul Wahid Nur, líder do Movimento de Libertação do Sudão e que luta contra Bashir desde 2003, a Unamid deve permanecer no país e "reforçar o seu mandato porque neste momento não há paz para se manter. A Unamid deve ser reformada para proteger pessoas em Darfur", disse à AFP em uma entrevista por telefone.