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Suspeito teria agido sozinho em atentado na França

Duas pessoas ficaram feridas; um homem, identificado como chefe do suspeito, foi decapitado

Paris, França - O suspeito Yassin Salhi, de 35 anos, teria cometido sozinho, sem a ajuda de cúmplices, o atentado em uma usina de gás perto de Lyon, na França, nesta sexta-feira - segundo os primeiros informes da investigação, divulgados pelo procurador de Paris, François Molins.

De acordo com a mesma fonte, o suspeito foi monitorado pelos serviços de Inteligência até 2014.

Yassin chegou pouco antes das 7h30 GMT (4h30 de Brasília) à usina de gás industrial de Saint-Quentin-Fallavier, em Is;re (sudeste), dirigindo um veículo utilitário, e conseguiu entrar no local.

"Ele tinha o hábito de entrar na usina para fazer entregas", explicou o procurador Molins, em entrevista coletiva.

"Nenhum elemento permite afirmar, neste ponto da investigação, que havia um cúmplice na usina", completou o procurador.

"Ele era conhecido do pessoal, que abriu a porta para ele", acrescentou.

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Alguns minutos mais tarde, o suspeito lançou seu veículo contra um dos hangares da fábrica, provocando uma explosão "importante". O ataque aconteceu por volta das 10h (5h no horário de Brasília).

Ao chegarem ao local, os bombeiros conseguiram surpreender Yassin, tentando abrir garrafas de acetona e dominaram-no, acrescentou o procurador de Paris.

Entre 2006 e 2008, Yassin Salhi foi fichado pelos serviços de Inteligência como um dos indivíduos que representariam uma ameaça potencial à segurança do Estado, disse François Molins, confirmando as declarações do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

Salhi voltou a ser monitorado pela Inteligência francesa entre 2011 e 2014 por seus vínculos com o movimento salafista de Lyon, completou.

Segundo Molins, a investigação busca determinar se o suspeito contou com eventuais cúmplices para cometer o ataque, que deixou dois feridos. Além disso, Yassin teria decapitado seu chefe, de 54 anos. A cabeça da vítima foi encontrada presa às grades da fábrica do grupo Air Products.

Fábrica era de grupo dos EUADe visita em Washington, o ministro francês da Economia, Emmanuel Macron, descartou qualquer relação entre o atentado e o fato de a empresa pertencer a um grupo americano.

Que a fábrica atacada pertença ao grupo americano Air Products, "na minha opinião, não tem significação particular, a esta altura da investigação", minimizou Macron, questionado ao fim de um encontro com o secretário do Tesouro americano, Jack Lew.

"Evidentemente, esse ponto fará parte da investigação, mas não acho que isso seja particularmente pertinente", frisou.

"Estamos muito tristes e abalados com esse ataque terrorista", desabafou Macron.

"Esse atentado horrível nos lembra do risco constante que pesa em nosso país, assim como em outros países amigos", declarou.

Além do atentado na França, outras 37 pessoas foram mortas, também nesta sexta, quando um homem abriu fogo contra turistas em um hotel da estação balneária de Sussa, no leste da Tunísia. Desde 2011, o país enfrenta a ascensão da ameaça jihadista.

"Esses fatos nos lembram que estamos em uma guerra contra o fundamentalismo e o terrorismo", concluiu o ministro, apresentando suas condolências às famílias das vítimas de ambos os ataques.