Washington - As negociações internacionais para se alcançar um acordo sobre o programa nuclear iraniano poderão se prolongar além do prazo fixado de 30 de junho, indicou uma fonte diplomática americana, antes do início de um final de semana de discussões cruciais em Viena.
"Provavelmente, não será em 30 de junho, mas será próximo dessa data", confidenciou um funcionário do departamento de Estado, que não quis ser identificado.
As grandes potências se reúnem neste fim de semana com o Irã em Viena, na última etapa das negociações para alcançar um acordo sobre o programa nuclear iraniano, um dos temas mais espinhosos da diplomacia atual.
"A intenção de todo mundo aqui - potências, União Europeia e Irã - é permanecer até a conclusão ou a descoberta de que não conseguimos. Nossa intenção é fazer isto", disse o funcionário.
Após anos de tensão e 20 meses de discussões, estes diálogos podem culminar em um acordo considerado histórico, para o qual a data limite é terça-feira, 30 de junho.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, chegará na manhã de sábado a Viena, para se encontrar com o secretário de Estado americano, John Kerry. Os demais chanceleres do grupo 5%2b1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) são esperados no decorrer do dia.
Zarif já havia sugerido a prorrogação do prazo por alguns dias, mas até o momento Washington insistia em um acordo até 30 de junho.
O objetivo comum é garantir que no futuro o programa nuclear da República Islâmica tenha um caráter exclusivamente civil, em troca da suspensão das duras sanções internacionais impostas ao Irã desde 2005.
O Irã sempre negou as acusações de que o país busca obter uma arma nuclear, mas estas denúncias envenenam há 12 anos suas relações internacionais.
No Oriente Médio, a perspectiva de suspensão das sanções provoca pânico em Israel, e também em outros Estados sunitas adversários da República xiita, principalmente na Arábia Saudita.
Um acordo definitivo seria o primeiro passo para a reconciliação entre a República Islâmica e os Estados Unidos, após 35 anos de tensão.
A cooperação entre os dois países permitiria um avanço significativo nos esforços internacionais para combater o grupo Estado Islâmico no Iraque, Síria e em outros países da região. A aproximação também teria um impacto importante no mercado mundial de energia, com o retorno aos mercados do petróleo iraniano.