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Rússia afirma que é contra nova corrida armamentista com EUA, diz Kremlin

Na terça-feira, Putin anunciou que a Rússia pretende reforçar o arsenal nuclear com 40 mísseis balísticos intercontinentais

Moscou, Rússia - A Rússia é "por princípio" contra uma nova corrida armamentista com os Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira (17/6) o conselheiro do Kremlin Yuri Ushakov, depois que o presidente Vladimir Putin anunciou um reforço da capacidade nuclear russa.

Segundo Ushakov, a Rússia tenta de uma forma ou outra ;reagir às ameaças potenciais, mas sem ir além". "Nós somos contrários a qualquer corrida armamentista, pois isto fragilizaria nossa capacidade econômica. Somos contra isto por princípio", completou.

[SAIBAMAIS]Na terça-feira, Putin anunciou que a Rússia pretende reforçar o arsenal nuclear com 40 mísseis balísticos intercontinentais, em resposta ao projeto americano de instalar armas pesadas no leste da Europa. A decisão russa foi condenada imediatamente pela Otan.



Vladimir Putin explicou na terça-feira (16/6) que a Rússia deve defender-se com "suas forças armadas e sua força nuclear", em caso de "ameaça", ao mesmo tempo que afirmou que Otan estava em suas fronteiras. "Adotamos medidas para transformar o equilíbrio estratégico de forças. Com certeza isto preocupa a Rússia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "Isto força a Rússia a adotar medidas para garantir seus interesses e sua segurança", completou Peskov, para quem o anúncio do reforço da capacidade nuclear russa não deveria "provocar inquietação".

De acordo com analistas, a corrida armamentista durante a Guerra Fria, que provocou investimentos gigantescos dos Estados Unidos e da URSS, foi uma das causas da asfixia da economia soviética e do fim da União Soviética. Nos últimos cinco anos, a Rússia dobrou o orçamento militar, que hoje representa 21% do orçamento total, segundo o Instituto Gaidar, um centro de estudos independente.