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Itália adverte UE que solidariedade está em risco por crise dos migrantes

França e Alemanha tentam desativar uma crise com a Itália similar à de 2011

Bruxelas, Bélgica - A Itália advertiu nesta terça-feira (16/6) que a solidariedade na União Europeia estará em jogo se os 28 Estados membros não alcançarem um acordo para repartir a carga que a crise dos imigrantes no Mediterrâneo representa.

Ao chegar a Luxemburgo para uma reunião com seus colegas do bloco, o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, criticou a França, que bloqueia na fronteira com a Itália uma centena de imigrantes, por minar um dos princípios do bloco europeu: a liberdade de movimento. "O que está em jogo é a livre circulação dos cidadãos. Ventimiglia (onde os migrantes que tentam cruzar a fronteira acampam) é um soco na cara para a Europa", disse.

Duzentos e cinquenta migrantes - a maioria africanos - acampam em Ventimiglia há dias com a intenção de cruzar a fronteira em direção à França, mas a polícia francesa proíbe sua passagem. A França, por sua vez, insistiu que exista responsabilidade em contrapartida da solidariedade. "A responsabilidade é um dispositivo que permitirá distinguir os migrantes que podem obter asilo na Europa dos que formam parte da imigração econômica irregular, e organizar o retorno dos migrantes em situação irregular", explicou o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve.



França e Alemanha tentam desativar uma crise com a Itália similar à de 2011, quando por decisão do governo de Silvio Berlusconi imigrantes que chegaram ao território italiano puderam passar sem nenhum controle. Esta passagem dada por Roma tinha por objetivo denunciar a rejeição dos outros Estados da UE em ajudar a Itália a administrar o fluxo de imigração irregular.

A resposta de Paris foi reforçar os controles perto da cidade italiana de Ventimiglia, como voltou a fazer há alguns dias. Áustria e Suíça fazem o mesmo em suas fronteiras com a Itália. Os ministros do Interior estão reunidos em Luxemburgo para discutir a nova proposta da Comissão Europeia, que apresentou um mecanismo de solidariedade para ajudar os países mais expostos ao fluxo migratório.