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Ban Ki-moon pede trégua humanitária no Iêmen durante o Ramadã

Segundo ele, a celebração, que começa dentro de dois dias, é um período de "harmonia, paz e reconciliação"

Genebra - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira uma trégua humanitária de duas semanas no Iêmen durante o Ramadã, coincidindo com o início em Genebra das negociações de paz, que começaram sem a delegação dos rebeldes.

"Destaquei a importância de outra pausa humanitária de duas semanas", disse Ban, antes de recordar que o "Ramadã começa dentro de dois dias" e que é um período de "harmonia, paz e reconciliação". "Espero que esta semana marque o início do fim dos combates", disse o secretário-geral à imprensa.



Ban quer que as partes em conflito alcancem acordos locais de cessar-fogo e sobre a "retirada dos grupos armados das cidades". A abertura das negociações, prevista pela manhã, foi adiada devido à chegada tardia por razões logísticas, segundo a ONU, da delegação dos rebeldes de Ansarullah e de seus aliados. Seu avião sofreu um atraso no Djibuti e deveria chegar a Genebra até a tarde ou a noite desta segunda-feira, indicou a ONU.

Para aproximar posições, os primeiros contatos devem ser "discussões de proximidade" indiretas com a atuação do enviado especial da ONU para o Iêmen, o mauritano Ismail Uld Ahmed.

"É pouco provável que as negociações obtenham resultados. Cada campo parece ser inflexível e pouco propício ao compromisso", segundo Laurent Bonnefoy, um especialista do Iêmen.

"Apesar disso, a poucos dias do Ramadã, Genebra pode oferecer aos sauditas uma oportunidade para anunciar uma trégua que permita iniciar discussões mais sérias", explica este pesquisador do Instituto de Ciências Políticas de Paris.