O presidente chinês Xi Jinping recebeu na quarta-feira (11/6) em uma audiência, pela primeira vez, o panchen lama, segunda autoridade religiosa do budismo tibetano, e o convidou a dar mostras de "patriotismo", um pedido implícito para que mantenha distância do Dalai Lama, informa a imprensa.
Na audiência inédita, o panchen lama - um monge de 25 anos designado por Pequim em circunstâncias controversas - se inclinou respeitosamente ante o chefe de Estado e entregou uma "kata", um longo lençol branco, símbolo da felicidade, segundo as fotografias divulgadas pela imprensa estatal.
As autoridades comunistas chinesas nomearam como o 11; panchen lama Gyancain Norbu em 1995, quando ele tinha apenas cinco anos, em resposta à nomeação feita pelo Dalai Lama no exílio de outro jovem tibetano, Gedhun Choekyi Nyima, escolhido segundo o processo tradicional da reencarnação.
Nyima despareceu quase imediatamente com seus parentes pouco depois da nomeação do Dalai Lama. De acordo com organizações de tibetanos no exílio, o jovem foi detido.
Ao receber em uma audiência inusual o panchen lama "oficial", o presidente chinês pediu que "continue com a tradição patriótica do budismo tibetano e trabalhe para a unidade do país", informou a agência oficial chinesa Xinhua.
Pequim, que pretende celebrar este ano o 50; aniversário da anexação do Tibete a China, denuncia o Dalai Lama como um perigoso "separatista". O líder espiritual tibetano partiu para o exílio na Índia após o fracasso da revolta contra a China em 1959.
O panchen lama, que cresceu e estudo o budismo principalmente em Pequim, é o membro mais jovem da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês, uma assembleia controlada pelo Partido Comunista, e vice-presidente da Associação Budista da China. Norbu condenou em 2008 os violentos protestos contra o governo chinês em Lhassa.
De acordo com vários analistas, Pequim deseja que Norbu tenha um papel de mais destaque no futuro para rivalizar com a imagem do Dalai Lama, que tem uma grande veneração no Tibete.