Erradicação da fome, melhora da nutrição e luta contra a mudança climática, são as prioridades anunciadas nesta segunda-feira (8/6) em Roma por José Graziano da Silva, o diretor-geral da FAO, reeleito para um novo mandato de quatro anos.
Diante de um número recorde de 191 delegações reunidas para a Conferência Bienal das Nações Unidas da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), incluindo 15 chefes de Estado e de governo, o agrônomo brasileiro disse que, durante o seu segundo mandato, ele (apressaria) "o passo no caminho que estabelecemos em conjunto".
Sábado, ele recebeu 177 votos de um total de 182 votos dos Estados membros da FAO, que comemora este ano o 70; aniversário da sua fundação.
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Em seu discurso, o diretor-geral da FAO ressaltou que o próximo passo será a total erradicação da desnutrição crônica.
Esta aspiração e a eliminação da desnutrição estão entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (DPSs) a ser finalizado no final deste ano, como parte da agenda de desenvolvimento global para as próximas décadas.
Destacando que uma nutrição adequada é o complemento da segurança alimentar, o chefe da FAO defendeu que "a qualidade e a quantidade devem andar juntos", sabendo que a obesidade está aumentando em todo o mundo, enquanto o número de desnutridos diminui.
Além disso, acrescentou, o impacto do aquecimento global sobre a segurança alimentar e a agricultura é sentido em todos os países, especialmente em zonas áridas e pequenos Estados insulares em desenvolvimento (SIDS), onde vive a maioria dos pobres e famintos do mundo.
"Com as políticas certas, podemos aumentar a segurança alimentar, adaptar ao clima e atenuar seus efeitos, mas isso vai exigir uma mudança de paradigma, passando da abordagem intensiva dominante para sistemas alimentares mais sustentáveis %u200B%u200Be resilientes", continuou Graziano da Silva.
Para erradicar a fome e a pobreza extrema, a proteção social deve ser parte de uma ação mais ampla, incluindo apoio à produção, saúde e educação, para criar "ciclos virtuosos de desenvolvimento local", considerou. O diretor-geral da FAO deu o exemplo das transferências de renda em favor das mulheres: "com dinheiro em suas mãos, as famílias podem comprar alimentos localmente, reforçando a agricultura familiar", indicou.