Cairo - A advogada egípcia especializada em direitos humanos Mahienur el Masri foi condenada neste domingo por uma corte de apelação a 15 meses de prisão, acusada de ter agredido policiais em uma delegacia em 2013, informou uma autoridade judicial.
A ativista de defesa dos direitos humanos, que já esgotou todos os recursos, reagiu ao veredicto com o grito "abaixo o regime militar".
Em julho de 2013, o exército destituiu o presidente islamita Mohamed Mursi, primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no Egito. Posteriormente, o ex-comandante do exército, Abdel Fatah al Sisi, foi eleito presidente e desde então, os partidários de Mursi - assim como os laicos e os esquerdistas - sofrem uma violenta repressão.
Premiada internacionalmente por seu trabalho em prol dos direitos humanos, El Masri foi condenada em fevereiro, juntamente com outras duas pessoas, a dois anos de prisão por um tribunal de Alexandria, sentença da qual recorreu.
Seu advogado, Mohamed Ramadan, informou que os acusados foram detidos no momento em que se dirigiam a uma delegacia do Cairo para perguntar sobre o destino de outro advogado, que havia sido preso.
"Trata-se de uma decisão política contra todos os que pediram (a mobilização) de 25 de janeiro" de 2011, que acabou derrubando o regime de Hosni Mubarak, acrescentou Ramadan.
El Masri já tinha sido presa sob o regime de Mubarak e também durante o governo de Mursi.