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Regime sírio perde mais uma província para os rebeldes da Al-Qaeda

Idleb é a segunda das 14 províncias da Síria que o regime perde depois de Raqa, que está nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico

Beirute, Líbano - O regime sírio decidiu abandonar a província de Idleb para a Al-Qaeda e seus aliados, que acabam de tomar a última cidade da região, a fim de concentrar sua luta em áreas que considera vital para sua existência. Idleb é a segunda das 14 províncias da Síria que o regime perde depois de Raqa, que está nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Só restam ao regime quatro províncias quase inteiramente sob seu controle desde o início da guerra - Lattakia e Tartus (oeste), a província urbana de Damasco e Sueida (sul).



[SAIBAMAIS]Rápida retirada
"O território vital a proteger para o regime é Damasco, Homs, Hama e a costa. Idleb não está (nesses cálculos), o que explica a rápida retirada de Ariha", afirmou à AFP uma fonte de segurança síria. A coalizão rebelde já havia tomado a capital da província de Idleb e a cidade de Jisr al-Chughur. Há apenas algumas localidades e o aeroporto militar de Abu Duhur nas mãos do regime, mas "os rebeldes vão perdê-los", declarou Ibrahim al-Idlebi, um ativista na região.

De acordo com o OSDH, 13 milicianos pró-regime foram executados em Ariha. "Não houve nenhum combate real na cidade porque o regime não pode mais suportar mais perdas humanas", disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. "Mesmo com o apoio do Irã e do Hezbollah, não pode compensar essas perdas". Segundo esta organização, há "70 mil rebeldes em toda a Síria, incluindo nos bastiões do regime, que se recusam a servir no exército".

Nos últimos meses o regime sofreu uma série de reveses no noroeste e no sul para os rebeldes, armados pela Turquia e Arábia Saudita. O jornal turco Cumhuriyet publicou fotos e um vídeo que apoiam a hipótese, até então negada pelo governo de Ancara, de fornecimento de armas aos rebeldes extremistas no início de 2014.

Atentados em Bagdá
"A prioridade agora para o regime é estabelecer linhas de defesa para proteger Lattakia e Hama. Ele não está mais numa lógica de ataque", afirma Abdel Rahman. A este ritmo, ele "pode %u200B%u200Bmuito bem perder Aleppo", a segunda maior cidade do país. Depois de sucessivas derrotas, o regime sírio enfraquecido está vendo uma partição de fato do país, limitando as suas ambições à "Síria útil", de acordo com analistas.

Ele ainda controla algumas regiões nas províncias de Deir Ezzor (leste), Deraa (sul), Quneitra (sul) e Hasaka (nordeste), e divide o controle com a rebelião na província rural de Damasco, na de Aleppo (norte), Homs e Hama. De acordo com o OSDH, o grupo sunita ultrarradical EI controla metade da Síria, principalmente no norte e no leste, e tem se tornado mais forte no centro após a captura da cidade de Palmira.

No vizinho Iraque, onde o EI também domina vários territórios, pelo menos nove pessoas foram mortas antes do amanhecer na explosão de dois carros-bomba em frente a hotéis luxuosos em Bagdá, disseram as autoridades. Uma centena de km a oeste de Bagdá, as tropas iraquianas e as milícias xiitas tentam cercar os jihadistas do EI na cidade de Ramadi.