David Lidington, secretário de Estado para a Europa do ministro britânico, não quis especificar nesta quinta-feira exatamente quais mudanças Cameron deseja, mas admitiu que elas exigirão mudanças nos tratados.
"Meu conselho ao meu chefe é não tornar pública de nenhum modo a posição negociadora completa porque isso não é adequado", explicou Lidington.
De qualquer forma, prosseguiu, "a avaliação de nossos advogados e de outros assessores é que alguns dos elementos de reforma que consideramos essenciais exigirão mudanças nos tratados".
Querem jogar rúgbi quando estávamos jogando futebol
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, mostrou reticências aos planos britânicos."Estamos abertos a melhorias, todos estão de acordo de que existem coisas que podem ser simplificadas, mas se for para desmembrar a UE, não será possível", disse Fabius à rádio France Inter.
"Os britânicos estão acostumados aos clubes. Neste caso se uniram a um clube de futebol, não podemos dizer no meio da partida que agora vamos jogar rugby", declarou.
Fabius também insinuou que as concessões a Londres podem não ter muita serventia."Veremos o que Cameron pede. Mas a população britânica está tão acostumada a ouvir que a UE é algo ruim que no dia em que a consultarem ela pode acabar dizendo: ;nos disseram que era algo ruim;".
Seu colega britânico, Philip Hammond, advertiu que o "não" vencerá caso não ocorram concessões."O primeiro-ministro é muito claro com seus colegas europeus (ao afirmar) que se não formos capazes de oferecer resultados nestes aspectos que preocupam os britânicos não ganharemos o referendo", declarou em uma entrevista à BBC Rádio.
A Câmara dos Comuns pode começar a debater o projeto de lei em breve para votá-lo até o dia 9 de junho.Com maioria absoluta, os conservadores não devem ter nenhum problema em fazer com que ele seja convertido em lei.