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Ministro mexicano nega oposição entre desenvolvimento e proteção ambiental

O ministro mexicano está em Paris, onde participou de uma "Cúpula de Negócios e Clima", encontro de empresários e organizações patronais dedicado ao aquecimento global

Paris - "Todas as tecnologias modernas cuidam do meio ambiente", e quando eles não são usadas %u200B%u200B"você está fadado ao fracasso", afirmou nesta quarta-feira o secretário de Meio Ambiente do México, Juan José Guerra Abud, em entrevista à AFP.

O ministro mexicano está em Paris, onde participou de uma "Cúpula de Negócios e Clima", encontro de empresários e organizações patronais dedicado ao aquecimento global e inaugurada nesta quarta-feira pelo presidente da França, François Hollande, na sede da UNESCO.

A reunião é "destinada a apresentar as propostas do mundo econômico aos líderes políticos internacionais sobre o clima", visando a conferência internacional (COP21) agendada para dezembro, em Paris.



"Cada país deve assumir compromissos sobre o meio ambiente. Urgentemente", disse Guerra.Questionado sobre a possibilidade de chegar a uma posição latino-americana comum, o ministro disse estar "confiante de que todos os países latino-americanos irão cumprir seu compromisso com o meio ambiente".

"O Brasil e outros países levantaram a ideia de que os países desenvolvidos devem fornecer apoio financeiro, não apenas recursos, mas também a transferência de tecnologia para países em desenvolvimento. No México, pensamos certamente que este tipo de ajuda é boa, mas que, independentemente disto, todos nós temos algo para fazer e devemos fazê-lo para proteger o meio ambiente", disse ele.

"O México tem mantido uma relação estreita com os Estados Unidos, quando o México apresentou sua proposta para reduzir os gases de efeito estufa foi criada uma ;força-tarefa;, um grupo de trabalho, que irá juntar-se ao Canadá. E juntos na América Norte conseguiremos estabelecer políticas semelhantes para reduzir as emissões" de gases de efeito estufa, apontou.

"Certamente esperamos que isso possa puxar os países da América Central e do Sul", acrescentou."Eu concordo com o que o presidente Hollande disse, que é preciso haver um compromisso individual, mas também um compromisso coletivo", insistiu.


Crescimento e meio ambiente

Sobre a declaração que opõe as necessidades imediatas de desenvolvimento à proteção do planeta a longo prazo, Guerra destacou a vontade política e uma modernização necessárias.

"A economia pode crescer respeitando o meio ambiente. Todas as tecnologias modernas cuidam do meio ambiente, quando uma empresa polui, isso significa que você não está usando as mais recentes tecnologias, e quando alguém não utiliza a mais recente tecnologia está destinado ao fracasso. Quem quer crescer, que quiser ser eficiente, tem que lançar mão de tecnologias que cuidam do meio ambiente", ressaltou.

"Todo mundo pode fazer alguma coisa", afirmou o ministro, citando, por exemplo, a modernização do setor elétrico mexicano, que "está fazendo um grande esforço, porque todo o crescimento que está ocorrendo está sendo feito com as melhores técnicas ambientais, transformando as usinas à base de carvão em matrizes que produzem a gás natural, o que, certamente, é a molécula de hidrocarboneto mais limpa", e que incentiva paralelamente "o crescimento dos sistemas renováveis, incluindo as energias eólica e geotérmica".

O ministro lembrou que o México apresentou no final de março sua intenção de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, "um compromisso muito importante para nosso país", e que conta com uma lei sobre mudança climática, que prevê uma redução de 30% nas emissões, sob condição de receber financiamento e assistência técnica.

Mas, lembrou, "a proposta que estamos fazendo é uma redução incondicional de 22%, esta é uma decisão unilateral do México, mesmo sem apoio financeiro ou assistência técnica. "No entanto, dependendo do que for acordado na conferência de Paris, se houver financiamento e assistência técnica, essa redução pode chegar a 40%", garantiu.

Guerra manifestou a esperança de que a Conferência de Paris atinja um verdadeiro acordo, "porque já não temos mais tempo", afirmou. Destacou a "liderança da França, que foi muito importante".